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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
A escola deve ser parte da comunidade, ser a comu-
nidade, sendo assim, não é possível realizar um trabalho
isolado, sem que os sujeitos do processo estejam inseridos.
E quando isto não acontece a escola perde o significado.
Então percebe-se ser necessário que professores e gestores
saibam quem são seus alunos, suas famílias, quais as possi-
bilidades e dificuldades fazem parte do cotidiano dos que ali
estão e como a escola pode contribuir e fortalecer os sujei-
tos para o enfrentamento e solução dos problemas encon-
trados. Para Caldart “a materialidade de origem (ou de raiz)
da Educação do Campo exige que ela seja pensada/traba-
lhada sempre na tríade: Campo – Política Pública – Educação
(2008, p. 65)”.
Não se pode tratar de Educação do Campo sem con-
siderar as questões políticas e sociais, sendo que estas estão
presentes em todos os processos, logo estarão presentes
dentro das escolas. Não há Educação do Campo sem a di-
mensão política, não há como desconsiderar que a luta pela
Educação do/no Campo emerge do Movimento dos traba-
lhadores do campo, como o Movimento Sem Terra, Comuni-
dades Camponesas e outros movimentos sociais.
A Educação do Campo nasceu tomando/precisando
tomar posição no confronto de projetos de campo:
contra a lógica do campo como lugar de negócio,
que expulsa as famílias, que não precisa de educa-
ção nem de escolas porque precisa cada vez menos
de gente, a afirmação da lógica da produção para a
sustentação da vida em suas diferentes dimensões,
necessidades, formas. E ao nascer lutando por direi-
tos coletivos que dizem respeito à esfera do públi-
co, nasceu afirmando que não se trata de qualquer
política pública: o debate é de forma, conteúdo e
sujeitos envolvidos. A Educação do Campo nasceu
também como crítica a uma educação pensada em
si mesma ou em abstrato; seus sujeitos lutaram
desde o começo para que o debate pedagógico se
colasse a sua realidade, de relações sociais concre-
tas, de vida acontecendo em sua necessária com-
plexidade (CALDART, 2008, p. 69).