XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO:
RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS
A Educação do campo se coloca em luta pelo aces-
so dos trabalhadores ao conhecimento produzido
na sociedade e ao mesmo tempo problematiza, faz
a crítica ao modo de conhecimento dominante e
à hierarquização epistemológica própria desta so-
ciedade que deslegitima os protagonistas originá-
rios da Educação do campo como produtores de
conhecimento e que resiste a construir referências
próprias para a solução de problemas de uma outra
lógica de produção e de trabalho que não seja a do
trabalho produtivo para o capital (CALDART, 2009.
p. 38).
Assim, a Educação do Campo nasce como ferramenta
de conscientização e fortalecimento dos que não são ouvi-
dos na sociedade do capital. Entendemos que a Educação
do Campo, assim se coloca, porque nasce no bojo da luta e
reivindicação dos próprios sujeitos que a constitui por meio
de movimentos organizados. Entre eles o de maior destaque
na luta pela educação é o MST (Movimento dos Trabalhado-
res Sem Terra ou Movimento Sem Terra).
Por força da luta organizada, por uma outra educação
para os trabalhadores, que não seja a educação voltada para
as habilidades e competências demandadas pelo mercado
capitalista de trabalho, ou no caso do campo, demandada
pelo agronegócio, nos anos de 1990 A LDB 9394/96, espe-
cifica, embora ainda timidamente e apenas a oferta da edu-
cação básica para a população rural, assegurando que cabe
aos sistemas promoverem as adaptações necessárias à sua
adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região.
Na sequencia, temos a a elaboração das “Diretrizes
Operacionais para a Educação do Campo”, mais tarde a Re-
solução nº 2, de 28 de abril de 2008, que estabeleceu as
“diretrizes complementares, normas e princípios para o de-
senvolvimento de políticas públicas para a Educação Básica
do Campo”. Estes documentos, representaram e represen-
tam, o reconhecimento do Estado sobre a legitimidade da
educação do campo, e, por sua vez, da necessidade de que
exista um projeto educacional voltado ao desenvolvimento
dos homens e mulheres do campo.