XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 16 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ÉTICA E ESPIRITUALIDADE
ficas que convergem com pedagogias humanizadoras, em
oposição a práticas e projetos negadores das relações inter-
subjetivas como parte indissociável do processo educativo.
Nesse pressuposto, a educação conscientizadora ga-
nha sentido pelo seu processo formativo mediado pela prá-
xis, na relação dialética entre objetividade e subjetividade
(FREIRE, 2013a).
Para Paulo Freire, o amor, a humildade, a confiança e a
criticidade são parte da luta pela humanização das pessoas,
da escola, da sociedade e do mundo. Por isso, as pedagogias
opressoras devem ser pauta de discussão, de análise e de
enfrentamento, enquanto “situações-limites” ligadas a um
projeto de sociedade elitistas excludente. Como educado-
ras e educadores comprometidos com um projeto societário
democrático e humanizador, cabe-nos problematizarmos
propostas de educação atreladas a uma sociedade capitalis-
ta, inspirada apenas na antiética do lucro e da ganância sem
limites., na qual só pode causar estranheza e indiferença que
se pense uma Pedagogia do Coração.
DIMENSÕES SOCIAIS, PEDAGÓGICAS,
EPISTEMOLÓGICAS, ÉTICAS E ESTÉTICAS DA
PEDAGOGIA DO CORAÇÃO
Pensarmos numa “pedagogia do coração”, significa
resgatarmos valores da emotividade, do amor, da sensibili-
dade humana, contra as absolutizações da razão. Falamos
em “absolutizações”, no plural, porque herdeiros que somos,
do Iluminismo, que absolutizou a “Razão”, não podemos des-
conhecer que a “Razão” filosófica e científica dos iluministas,
evoluiu e se depravou, progressivamente, reduzindo-se a ra-
zão técnica, tecnicista, mercantilista, instrumental, econômica,
individualista e capitalista, levando-nos à beira da destruição
da vida no Planeta. Para o educador, uma Pedagogia do Co-
ração requer uma investigação na contramão destes descami-
nhos a que nos conduziu a deusa absolutista da Razão. Dian-
te dessa opção político-pedagógica, lembramos Blaise Pascal,
para apresentar concepções de razão que não fragmentam a