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EIXO 16 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ÉTICA E ESPIRITUALIDADE

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

dança (dimensão política) e construção de um projeto social

emancipatório (dimensão social). Todas as dimensões estão

imbricadas entre si e elas se complementam quando o tema

de debate são as pedagogias das grandes urgências e con-

vergências (PAULO, 2018, p. 195).

PEDAGOGIA DO CORAÇÃO: LIMITES E POSSIBILIDADES

Qual seria o limite de uma Pedagogia do Coração? Ao

contrário de algumas pessoas que defendem teorias, práti-

cas e projetos separados dos sonhos, das esperanças e da

utopia, defendemos que os limites das pedagogias cons-

cientizadoras são as concepções teórico-práticas de ser hu-

mano, escola e mundo que valorizam as múltiplas facetas da

sociedade capitalista. Na sociedade neoliberal os seus pro-

jetos são antagônicos à concepção de Educação Popular, e

consequentemente, de uma Pedagogia do Coração.

Uma Pedagogia do Coração causa estranheza e indife-

rença, em certos contextos educacionais, porque inseridos

em sociedades marcadas pelo neoliberalismo globalizante,

cuja malvadez intrínseca (Freire, 2001) do individualismo, do

egoísmo, da competição, do consumismo, da ganância, ex-

clui multidões imensas de seres humanos de uma vida dig-

na, condenando-as a situações desumanas de desemprego,

de pobreza extrema, de miséria e de fome. Uma Pedagogia

do Coração, inspirada na Educação Popular, não coaduna

com a concepção de educação capitalista, enraizada na ra-

zão instrumental iluminista, que separa consciência do mun-

do, subjetividade da objetividade, razão da emoção. Freire

(1987) nos diz que “Não se pode pensar em objetividade

sem subjetividade.” (p. 20) e Fiori (2014) afirma que “todo

ato de conhecer, transparece um gesto de amor.” ( p. 148).

Esses autores são imprescindíveis no momento histórico

atual, em que a educação tem sido demanda do mercado e

das agendas políticas de partidos e grupos conservadores.

As dimensões históricas, filosóficas e políticas da Edu-

cação Popular, fundamentadas nos pressupostos freirianos

(PAULO, 2018, p. 192-194), nos apoiam para discutirmos