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EIXO 16 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ÉTICA E ESPIRITUALIDADE
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
O limite de uma Pedagogia do Coração é a recusa dos
sonhos, é a invasão cultural dos valores capitalistas e o dis-
curso e atitudes fatalistas. Esse limite faz parte das pedago-
gias divergentes. Mas, ao contrário da percepção ingênua e
da postura fatalista frente aos problemas originários dos pro-
jetos opressores, apostamos nas possibilidades, nas brechas
e nos diversos contextos nos quais atuamos. É nestes espa-
ços de atuação, de engajamento e de militância que lutamos
por pedagogias das grandes emergências, em diálogo com
teorias e pensadores em sintonia conosco, na construção de
um contexto teórico engajado. As relações entre os contextos
teóricos e concretos de atuação nos revelam que uma Peda-
gogia do coração estabelece uma relação mútua entre razão
e emoção, uma influenciando a outra numa relação dialética.
Em uma sociedade capitalista a ideia de uma Pedago-
gia do Coração soa estranha, porque ao mundo do mercado,
comprometido com políticas educacionais neoliberais, vi-
sando exclusivamente interesses econômicos hegemônicos,
o que interessa é a capacitação técnica e competitividade.
Numa dimensão mais ampla, visualizamos uma Civilização
Ocidental decadente, vista por numerosos intelectuais in-
signes de nossa época, como mundo da barbárie, marcado
pela “indiferença”, segundo a denúncia do Papa Francisco.
Esta Civilização Ocidental, que se orgulha de suas raízes cul-
turais greco-latinas esquece o outro componente do tripé
histórico, o de suas origens judaico-cristãs, onde o “coração”
é um conceito-chave na Bíblia. Uma Pedagogia do coração
encontrará, no resgate desta fonte pedagógico-cultural, ele-
mentos valiosos para sua elaboração teórica e para a con-
cretização na práxis pedagógico-política. A Pedagogia do
Coração traz consigo evidentes afinidades com a Pedagogia
de Freire, e como tal, encontrará nos diferentes campos da
Educação Popular terreno fértil para sua realização.
REFERÊNCIAS
ANDREOLA, Balduino Antonio; RIBEIRO, Mario Bueno.
An-
darilho da Esperança,
Paulo Freire no CMI. São Paulo:
ASTE, 2005.