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EIXO 13 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO, SAÚDE E CIDADANIA
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Se, para Freire (1996, p. 74), o amparo estava na “com-
preensão da História como possibilidade e não como deter-
minismo”, se compreende que sua ideia de educação nada
mais é do que uma maneira de compreender a realidade e
transformá-la através de ação reflexiva. Assim, sua proposta
serve como instrumento para despertar criticidade e auto-
nomia nos indivíduos:
Percebemos claramente uma demanda por um pro-
jeto educativo que confronte a lógica do capital e a
leitura de mundo mercadológica, reformista, linear,
vertical, ingênua, desprovida de uma dimensão po-
lítica. [...] Destacamos que a politização e criticidade
do ato educativo, eixo da proposta freireana, é uma
instância essencial na constituição de um “que-fa-
zer” que, não sendo mera palavra, é “palavr-ação”
transformadora do mundo, do ser. E, nessa verten-
te, rompe com posturas que se polarizam, ora cain-
do em idealismo inativo, ora em uma empiria sem o
fermento da crítica de reflexão (FIGUEIREDO, 2006,
p. 5-6).
Partindo do pressuposto de que a pedagogia freireana
se utiliza da aproximação crítica do objeto para a apreensão
da realidade concreta e o paradigma ecossistêmico busca a
conexão entre o objeto e o contexto, ambos em busca de
axiomas para a educação libertadora, sua efetividade con-
siste na aplicação de ambos os princípios. Suplantando os
discursos, através de uma postura contemporânea, deve se
ater em compreender os problemas atuais e futuros e resga-
tar a educação em seu vínculo com a comunidade.
SÍNTESE E NOVAS QUESTÕES
A educação sempre esteve na pauta das reivindica-
ções dos trabalhadores, entretanto a classe dominante se
apropriou da escola para reproduzir a organização da so-
ciedade, ajustando o sistema de ensino aos seus interesses.
Deste modo, quando a enfermagem se estabeleceu como
profissão, seu processo formativo não fugiu a esta realida-
de.