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EIXO 2 – PAULO FREIRE: MEMÓRIA, REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

mens, [então, o] diálogo é, pois, uma necessidade

existencial (FREIRE, 2002, p. 83).

Tal diálogo é tido como um processo fundamental

para a verdadeira compreensão e valorização das diferen-

ças, possibilitando o avanço interpretativo na e com a con-

versação. Desta forma, o presente estudo inicia abordando

as posturas críticas de Freire e as influências do exílio em

sua caminhada formativa frente ao totalitarismo da dita-

dura militar. Como culminância, apresentamos uma refle-

xão que subjaz a vida marcadamente pedagógica de Freire,

uma vez que mesmo no exílio manteve a sua postura de

educador, de resistência ao instituído, como um grande

mestre e pensador que não apenas ensina, mas que ensi-

nando aprende.

A CONSCIÊNCIA CRÍTICA DE PAULO FREIRE FRENTE AO

TOTALITARISMO DA DITADURA MILITAR

O exílio não ocasiona um mero afastamento do sujei-

to da realidade primeira, mas também o coloca em pleno

contato com a nova realidade a qual ele passa a se inse-

rir. A Ditadura Militar do Brasil, período em que os militares

governaram o país, caracterizou-se pela ausência de de-

mocracia, destruição dos direitos constitucionais, censuras,

perseguições políticas e sentenças aos que eram contrários

à Ditadura, deixando grandes estragos no sistema educa-

cional e na história nacional. No período de 1930 a 1964,

Paulo Freire, nascido em 19 de setembro de 1921 em Recife,

Pernambuco, destacou-se entre os intelectuais brasileiros,

tornando-se reconhecido no governo do Presidente João

Goulart, chegando, inclusive, a ser o coordenador do Pro-

grama Nacional de Alfabetização (PNA, em 1962). Freire ela-

borou os alicerces de seu plano, sempre ligado ao contexto

sociopolítico brasileiro, vigilante às dificuldades da popu-

lação, principalmente na busca de respostas democráticas

voltadas aos oprimidos enquanto atitude crítica frente ao

mundo. Conforme Benjamin (1994, p. 226),