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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 2 – PAULO FREIRE:

MEMÓRIA,

REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO

Freire reconhece o ser humano marcado pelas críticas

de ver, pensar e habitar o mundo, sendo exemplo de resis-

tência e reflexividade enquanto personalidade exilada que

sobreviveu a realidades opressivas e totalitárias, em defesa

de uma educação humanizadora. Por mais dolorosa que a

experiência de exílio possa ser, é preciso tomar ciência que

ele proporciona uma ruptura de barreiras e fronteiras ima-

gináveis que prendem e aprisionam o sujeito em sua pró-

pria pátria. Quando Freire foi exilado, o ambiente solitário e

hostil tornou-se a possibilidade de tomada de distância do

território dominado, concedendo assim uma análise crítica

mais profunda e fundamentada dos contextos em questão.

Tendo em vista a voz crítica e a postura freireana dian-

te do exílio, somos indagados a questionar: do exílio, quais

elementos Paulo Freire nos apresenta para que a educação

faça frente aos regimes totalitários? O trabalho de cunho

hermenêutico visa interpretar e compreender o exílio de

Freire como um desígnio do intelectual crítico frente a regi-

mes totalitários, para pensar os destinos de uma educação

que possa auxiliar na prevenção de barbáries coletivas e de

(des)governos de estado de exceção. O processo hermenêu-

tico precisa sempre estar em busca de revisão e atualização

dos textos e contextos sociais para chegar a uma realida-

de mais justa e equânime, portanto, sem uma interpreta-

ção conclusiva. A verdadeira interpretação não busca uma

definição acabada e fixa, pois o significado “é incompleto,

contraditório e fragmentário e grande parte dele pode es-

tar entregue a cegos demônios. Talvez a leitura seja precisa-

mente nossa tarefa, para que lendo aprendamos a conhecer

melhor e a banir os poderes demoníacos”. (ADORNO, 2005,

p. 7). Nos pressupostos de Paulo Freire, buscamos realizar

um diálogo a fim de viabilizar uma melhor compreensão,

visto que a conversação é,

[...] encontro entre os homens, mediatizados pelo

mundo, para designá-lo. Se ao dizer suas palavras,

ao chamar ao mundo, os homens o transformam,

o diálogo impõe-se como o caminho pela qual os

homens encontram seu significado enquanto ho-