2032
EIXO 12 – PAULO FREIRE E EDUCOMUNICAÇÃO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
logias, como é possível perceber nos recursos cibernéticos,
de uma internet que fora projetada para fins militares e se
expandiu para outros âmbitos da vida comum, integrando-
-se cada vez mais ao cotidiano. Em sentido ético, “Lembre-
mo-nos sempre de que a tecnologia é um meio a serviço da
humanidade e não o oposto” (MARCOVITCH, 1998, p. 145).
A internet vêm afirmando-se nas últimas duas décadas
no Brasil, para uso doméstico, como um meio de conectivi-
dade, atuação e acesso a conhecimentos como jamais visto
em outros períodos históricos. A tecnologia é expandida de
tal modo, que termos como ‘internet das coisas’, ‘big data’
e ‘inteligência artificial’ vem ocupando destaque nos portais
de comunicação. Tratam-se de aprimoramentos exponen-
ciais que são desenvolvidos para atender a diversos anseios,
pretendendo a difusão à escala global. Contudo, incorre-se
em riscos a longo prazo dificilmente determináveis, como a
possibilidade de violação da privacidade, direito resguarda-
do pela constituição federal brasileira (BRASIL, 1988). Ainda
destaca-se o caráter comercial de novas tecnologias, que
visam predominantemente retorno financeiro, com poucas
preocupações de ordem ética.
Por
novas tecnologias
entendemos, hoje, o surgi-
mento de uma outra articulação de linguagens en-
carnada em novos suportes que são as máquinas
com que os homens se comunicam, dotando-as da
capacidade de processarem e intercambiarem in-
formações. Ao passar a habitar os suportes dessas
novas máquinas, as linguagens assumem formas
radicalmente mutantes, não só do fazer as coisas,
sobretudo do constituir-se em sociedade e do sin-
gularizar-se como sujeito autônomo e competente
das corresponsabilidades alargadas em uma socie-
dade global. (MARQUES, 2003, p. 44-45).
As corresponsabilidades podem ser percebidas como
uma espécie de ponte moral entre o nem divinizar, nem dia-
bolizar freiriano, ao passo que é necessário delinear os prin-
cípios intrínsecos da relação dos homens com as tecnolo-
gias, que leva a pensar nas razões de ser, de servir, de existir