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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1873

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

racista, machista, fascista que aliena os sentidos da vida e do

trabalho a uma visão abstrata, reduzindo o potencial huma-

no e político das relações à mera coisificação instrumentali-

zada para manutenção do

status quo

.

Tanto a fenomenologia existencial quanto a Educação

Popular freireana assumem a experiência com a libertação

como uma condição vital para a humanização impossível

de ser

vivida

na lógica categorial e abstrata empreendida

pelo sistema capitalista. Trata-se de criar uma lógica possi-

velmente

vivida

na corporeidade do compartilhamento de

necessidades vitais; que pousa na ancestralidade de povos

originários; que mobiliza uma memória coletiva que o corpo

condicionado inconscientemente sente falta:

Carregamos conosco a memória de muitas tramas,

o corpo molhado de nossa história, de nossa cultu-

ra; a memória, às vezes difusa, às vezes nítida, clara,

de ruas da infância, da adolescência; a lembrança

de algo distante que, de repente, se destaca límpi-

do diante de nós, em nós, um gesto tímido, a mão

que se apertou, o sorriso que se deu num tempo de

incompreensões, uma frase, uma pura frase possi-

velmente já olvidada por quem a disse. Uma pala-

vra por tanto tempo ensaiada e jamais dita, afagada

sempre na inibição, no medo de ser recusado que,

implicando a falta de confiança em nós mesmos,

significa também a negação do risco. (FREIRE, 1997,

p. 16-17).

Esta reflexão é

tocada

pelas

utopias

de uma constru-

ção individual e coletiva que foi silenciada, abortada, ne-

gada, manipulada, mas que ainda reside, com

resistência,

em nossas memórias. Dimensões que refletem engajamen-

to aos enfrentamentos das realidades demarcadas como

não-lugares:

uma classificação racial institucionalizada.

Uma realidade institucional edificada por

papéis social-

mente

definidos, onde coexistem

resistências

nascidas na

relação com uma

mundaneidade

que é

vivida

na periferia

do mundo moderno.

Percebemos, a partir de todos os elementos eviden-

ciados, que a construção da tríade

si/outro/mundo,

tanto