XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
críticas em relação à postura da docente por parte dos alunos
que não possuíam um espaço para serem ouvidos.
Neste sentido, considero a ideia freireana de que é por
meio de concepções problematizadoras que a educação re-
cebe diagnósticos críticos e reflexivos, no entanto, não havia
problematização.
Tendo como objetivo principal a formação reflexiva do
docente sobre sua prática, esta obra contribui para a auto-
nomia do educando. Se faz necessário que eu, na condição
de docente em formação, produza novos saberes e crie pos-
sibilidades para sua construção desde o princípio da expe-
riência formadora. Foi neste estágio que tive a oportunidade
de me posicionar como problematizadora do saber, oportu-
nizando aos meus alunos a construção do pensar crítico no
exercício de suas diferentes curiosidades.
Em conversa com a professora titular, ela apontou-me
que os planejamentos diários eram feitos através do Plano de
Estudo anual enviado pelo Estado, percebi que suas aulas não
exigiam muita preparação, nem material específico. Utilizan-
do como recurso didático livros antigos não usados mais em
sala de aula para reprodução de conteúdos e exercícios.
Deste modo a concepção problematizadora era ine-
xistente, pois o conhecimento era transmitido
ao educando
de forma pronta e resumida, pois de acordo com as palavras
da professora, os alunos não eram capazes de compreender,
apenas de copiar pequenos textos.
A prática de ensino e aprendizagem, de acordo com
Freire (2015), faz parte de uma experiência em que a beleza
deve estar entrelaçada com a docência e a seriedade, porém
o ensino não depende exclusivamente do educador, assim
como a aprendizagem não cabe apenas ao educando.
Em minha prática pude vivenciar esse princípio, de
modo que busquei exercitar princípios freireanos, sentin-
do o desconforto por, em termos freireanos, “duvidar das
minhas próprias certezas” e sair do lugar “tradicional”, ao
mesmo tempo, a abertura para criar novas possibilidades de
ensino e aprendizagem. Esse desconforto também foi ob-