Table of Contents Table of Contents
Previous Page  1620 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 1620 / 2428 Next Page
Page Background

1620

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

há crescimento democrático sem a tolerância. Tolerância

que não deve negar o próprio modo de sonhar daquele que

tolera, nem tampouco negar a possibilidade de diálogo que

vise o crescimento dos diferentes envolvidos.

Há que sermos respeitados e respeitarmos, no sentido

amplo da palavra, pois todos devemos usufruir do direito de

sermos diferentes, sem sermos discriminados ou banidos da

vida. Sobre isso, Freire nos fala sobre o respeito, a tolerância

e ao mesmo tempo da não neutralidade do professor:

Não pode haver caminho mais ético, mais verda-

deiramente democrático do que testemunhar aos

educandos como pensamos, as razões por que

pensamos desta ou daquela forma, os nossos so-

nhos, os sonhos por que brigamos, mas, ao mesmo

tempo, dando-lhes provas concretas, irrefutáveis,

de que respeitamos suas opções em oposição às

nossas (2001, p. 21).

Podemos perceber o quão ético é adotar uma postura

democrática, pois a prática educativa implica decisões, colo-

car-se contra ou a favor de algo ou alguém. É estar sempre

atento ao seu discurso e sua prática. Quanto a isso, Freire

(2001, p. 38) diz que

O que quero deixar claro é que um maior nível de

participação democrática dos alunos, dos professo-

res, das professoras, das mães, dos pais, da comuni-

dade local, de uma escola que, sendo pública, pre-

tenda ir tornando-se popular, demanda estruturas

leves, disponíveis à mudança, descentralizadas, que

viabilizem, com rapidez e eficiência, a ação gover-

namental. As estruturas pesadas, de poder centrali-

zado, em que soluções que precisam de celeridade,

as arrastam de setor a setor, à espera de um pa-

recer aqui, de outro acolá, se identificam e servem

a administrações autoritárias, elitistas e, sobretudo,

tradicionais, de gosto colonial.

A educação progressista, portanto, não pode existir

sem esta postura democrática que deve ser vivida na coti-

dianidade do fazer pedagógico, que envolve liber0dade e

deixa de lado o autoritarismo e a opressão. Para isso, estru-