XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
1619
EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
Não basta, portanto, ter apenas um discurso demo-
crático se não houver espaços de democratização na escola.
Vivemos um período em que se fala em democracia, po-
rém somos severamente silenciados. Em documentos legais,
encontramos a garantia dos direitos sociais e civis, mas, na
prática, ainda sofremos com a desumanização do humano.
Exclui-se das mais diversas formas, busca-se “cegar”, con-
formar, mostrar que cada atrocidade é necessária para “o
bem do povo”. Somos levados a pensar: “que democracia
é esta que encontra para a dor de milhões de famintos, de
renegados, de proibidos de ler a palavra, e mal lendo seu
mundo, razões climáticas ou de incompetência genética?”
(FREIRE, 2001, p. 14)
Freire nos fala da esperança e do diálogo, e que sem
eles a mudança se torna praticamente impossível. O sonho
e a utopia, desta forma, tornam-se necessários à luta: “se o
diálogo é o encontro dos homens para Ser Mais, não pode
fazer-se na desesperança. Se os sujeitos do diálogo nada
esperam do seu quefazer já, não pode haver diálogo. O seu
encontro é vazio e estéril. É burocrático e fastidioso” (FREI-
RE, 1987, p. 47).
O diálogo, por sua vez, é essencial, pois sem ele a edu-
cação fica fragilizada. Ele não se faz de forma autoritária, de
um para outro, mas de um com outro, no exercício pleno do
decidir em conjunto, que, com esperança, busca traçar um
caminho, visando chegar a algum ponto em comum.
Freire nos afirma que
Mas, se os homens são seres do quefazer é exata-
mente por que seu fazer é ação e reflexão. É práxis.
É transformação do mundo. E, na razão mesma em
que o quefazer é práxis, todo fazer do quefazer tem
de ter uma teoria que necessariamente o ilumine. O
quefazer é teoria e prática. É reflexão e ação (1987,
p. 70).
Portanto, ação e reflexão não são dicotômicas, devem
caminhar juntas e buscar a transformação. Neste exercício,
muito importante ressaltar que Freire (2001) afirma que não