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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

Freire acreditava na democracia participativa como

forma de pensar e decidir em conjunto, levando em conta

as especificidades de cada um e de cada grupo. O exercício

da democracia torna-se uma forma de intervir no mundo,

buscando sempre o bem estar comum, lutando contra as

injustiças e na resolução de problemas e situações.

Democracia, para Freire, não se faz sem a participação

popular, sem o engajamento das pessoas em “[...] uma edu-

cação para a decisão, para a responsabilidade social e políti-

ca” (WEFFORT, 1967, p. 12). Para além disso, Freire entendia

a democracia como uma responsabilidade social e política

que deve ser conquistada. Já dizia ele que a “democracia das

elites” não poderia ser a única a existir, limitando as pessoas

a simplesmente se acomodarem a ela.

A elite e os subalternos, o considerado

saber mais

ou o

saber menos

, para Freire (1967), são resultados de toda uma

história excludente, que pode e deve ser transformada. Para

isso, há que se ter, a priori, a convicção do quanto a socie-

dade não é neutra, mas sim política, ideológica. Para tanto,

outra necessidade nos é exigida. Devemos atentar para a

ideia de que “[...] família e escola completamente subjuga-

das ao contexto maior da sociedade global nada pudessem

fazer a não ser reproduzir a ideologia autoritária” (FREIRE,

1992, p. 11).

Neste cenário, notamos o quão difícil é a tarefa de

quem opta por atuar com compromisso na área da educa-

ção, objetivando possibilitar que a escola liberte e não sim-

plesmente aprisione. Freire vê a democratização da escola

como algo urgentemente necessário, afirmando que

[…] estou convencido da importância, da urgência

da democratização da escola pública, da forma-

ção permanente de seus educadores e educadoras

entre quem incluo vigias, merendeiras, zeladores.

Formação permanente, científica, a que não falte

sobretudo o gosto das práticas democráticas, en-

tre as quais a de que resulte a ingerência crescente

dos educandos e de suas famílias nos destinos da

escola (1992, p. 11).