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1608

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

graça. Ao final, justifica: o mundo perdeu a graça, pois ele vê

com olhos de poeta, que conhece a beleza, entretanto, não

a vê no mundo.

No primeiro quarteto, o eu lírico afirma ter conhecido

a beleza que não morre, contudo, ficou triste. Em seguida,

compara o sentimento com elementos da natureza como “a

serra mais alta”, “o mar”, “a maior nau” e “torres”, destacan-

do a grandiosidade desses elementos e a possibilidade de

ver tudo.

No segundo quarteto, afirma que vê os elementos di-

minuindo e diluindo sob a luz. Explica que desse jeito perce-

beu o mundo e o viu perdendo a cor. Esse último, ele com-

para com uma nuvem no pôr do sol. No primeiro terceto,

o eu lírico diz que pediu para a forma, as ideias puras, o

tropeço, as sombras do mundo, entretanto somente encon-

trou a imperfeição. No último terceto, explica o porquê dos

seus sentimentos, pois ele é poeta que vive entre as formas

incompletas e, por isso, ficou pálido e triste.

Quanto à estilística do poema, o paradoxo aparece em

elementos que se anulam, como o conhecimento da bele-

za e o sentimento de tristeza. A personificação também é

encontrada ao mencionar a “nuvem” que “erra”. No que diz

respeito à musicalidade, citamos as rimas ABBA/ABBA/CCD/

EED entre verbos, substantivos e adjetivos. Esses elementos

permitem ao leitor a relação com a realidade e a compreen-

são do texto também pela sonoridade, que contribuem para

a leitura e interpretação do texto.

As frases estendem-se por meio de, no mínimo, dois

versos, e, no máximo, sete. Dessa forma, visualizamos a ora-

ção em continuidade de uma estrofe para a outra, sugerindo

tom de conversa com o leitor.

A tristeza e o tormento são marcados por palavras

como: “triste”, “mingua”, “fundir-se”, “perder a cor”, “erra”,

“em vão”, “tropeço”, “imperfeição” “formas incompletas” e

“pálido”. Percebemos também a presença de elementos da

natureza, que contribuem para o vínculo entre o conheci-

mento do sujeito poético e do leitor, como “serra”, “terra”,

“mar”, “nuvem”, “pôr do sol”.