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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
O foco de análise foi as figuras de linguagem, rimas,
relação entre título e texto que, em conjunto com o tema e
o período histórico, auxiliam na formação do sentido. Por
meio da leitura e reflexão, algumas reações podem ser per-
cebidas pelo leitor: o conhecimento de si, do outro e do
mundo; afinamento estético; respeito ao outro; percepção
da complexidade dos problemas do mundo; revolta e, por
fim, a ação transformadora do mundo, defendida por Freire
(1987, 1989, 2000, 2001, 2010).
A poesia que será analisada neste estudo faz parte da
antologia
Poesia faz pensar
, que pertence ao acervo do Pro-
grama Nacional Biblioteca da Escola, portanto, acessível à
maioria dos alunos. Optamos pela poesia por ser um gênero
literário que pode não chamar tanto a atenção do jovem e
que é menos explorado em sala de aula pelos docentes, no
entanto, possui alto potencial para auxiliar na humanização
do indivíduo. Optamos pela antologia devido à variedade de
poesias que ela pode contemplar.
POESIA E AS POSSIBILIDADES DE AUTONOMIA
O período literário da poesia em análise é o Realismo,
que trouxe escritores antirromânticos cercados de objetivi-
dade e impessoalidade. Segundo Bosi (2006), essas caracte-
rísticas estão relacionadas com métodos científicos no final
do século, que estavam cada vez mais exatos. Os escrito-
res de tal época distanciavam-se do subjetivo e aceitavam
a realidade, o pessimismo e o determinismo, sem deixar de
lado o cuidado estilístico, a arte pela arte, imune às pressões
e atritos.
Antero de Quental, autor do poema em questão, nas-
ceu em Açores, Portugal, em 1842. De acordo com Moisés
(2011), o poeta liderou movimentos rebeldes contra os ve-
lhos românticos, contra a Igreja, a Monarquia e a Burguesia.