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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

mais eficazmente curiosos nos podemos tornar e mais críti-

co se pode fazer o nosso bom senso” (FREIRE, 1996, p. 62).

No processo educativo, na relação professor aluno, na

relação entre o ensinar e o aprender, o diálogo inicia ainda

no momento onde o professor se questiona sobre o que

será programado como conteúdo para seus alunos. Aqui se

encontra um dos grandes distanciamentos entre a tríade do

conhecimento e o cotidiano escolar. Para Freire, consideran-

do o educador dialógico e problematizador,

o conteúdo programático da educação não é uma

doação ou uma imposição – um conjunto de infor-

mes a ser depositado nos educandos -, mas a devo-

lução organizada, sistematizada e acrescentada ao

povo daqueles elementos que este lhe entregou de

forma desestruturada. (2015, p. 116)

Dessa forma, no cotidiano da escola, a educação ainda

está distante de ser autêntica, ainda há uma grande ingenui-

dade por parte dos professores, talvez por serem frutos de

uma educação bancária, talvez pela desmotivação profissio-

nal, por não terem sido escutados em suas curiosidades e

ainda estarem vivendo uma consciência transitiva ingênua,

ou quem sabe pela falta de espaços de reflexão e movimen-

to em busca da transformação da realidade.

Nesse sentido Freire também nos brinda com a ca-

tegoria “pensar certo” como a passagem da curiosidade

ingênua para a curiosidade epistemológica consideran-

do uma ação educadora contrária a bancária e exigindo

transformações de estruturas opressoras. Mas para ‘pensar

certo’ e ensinar a ‘pensar certo’, é preciso que se tenha

condições para esse pensamento, que se conheça o mun-

do para intervir. Segundo Freire, “demanda profundidade

e não superficialidade na compreensão e na interpretação

dos fatos” (1996, p. 33).

Freire considera que a curiosidade é a “matriz para do

pensar ingênuo” como também do pensar crítico, no senti-

do de que “o pensar certo que supera o ingênuo tem que

ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o