XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
outro e consigo mesmo é fundamental. Esse é o grande de-
safio do educador. O estudante tem o ‘saber da experiência
feito’, comentado anteriormente, chega na escola com esse
saber, possui esse saber, ele é seu, foi construído na sua his-
toricidade. Pelo diálogo e pela escuta, a qual “é uma atitude
de respeito aos saberes da experiência feito dos educandos”
(FREITAS, 2017, p. 366), é que esse saber ganha espaço e
potência no processo de construção do conhecimento.
O percurso, o caminho, a trajetória, a maratona que en-
volve o deslocamento da consciência ingênua à consciência
crítica, é longo e constante. Durante essa trajetória o educan-
do rejeita a hospedagem do opressor dentro de si, que faz
com que ele se considere ignorante e incapaz. É o caminho de
sua autoafirmação enquanto sujeito. (GADOTTI, 1996, p. 84).
Esses deslocamentos promovem assumir gradativamente o
papel de sujeito da produção de seu conhecimento, se perce-
bendo como um “sujeito capaz de saber”, como “
arquiteto
da
sua própria prática cognoscitiva” e assim exercendo a curiosi-
dade epistemológica. (FREIRE, 1996, p. 124).
A relevância está no desenvolvimento da capacidade
de problematização e de busca por respostas, de modo a po-
tencializar a atitude científica e a “promoção da ingenuidade”,
ou seja, sua superação, a qual, segundo Freire, “não se faz
automaticamente” (1996, p. 29), exige rigor metodológico.
Em outras palavras, o alerta de Freire sublinha a importância
de, no espaço escolar, dar-se a devida atenção à curiosidade
epistemológica pois a experiência escolar pode ser um “con-
texto aberto ao seu exercício” (FREIRE, 2013, p. 136).
Nos espaços escolares, o cotidiano se mostra com
algumas poucas evidências da transição da curiosidade in-
gênua em direção à criticidade, e um possível afastamento
no avanço da constituição da curiosidade epistemológica,
de modo a compor o movimento ascendente e dialético da
tríade do conhecimento.
Destacando com outras palavras, na tríade do conhe-
cimento, a curiosidade ingênua se refere ao que não sei ou
ao que ainda não sei de forma a atentar para a criticidade. A