XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
sidade se torna uma promotora da construção do conheci-
mento e consequentemente da educação, sendo abordada
por Freire como “necessidade ontológica que caracteriza
o processo de criação e recriação da existência humana”
(FREITAS, 2017, p. 107)
Ao atender uma curiosidade, outra se apresenta, ou
me apresento a ela em um constante movimento de busca:
“Não haveria
existência humana
sem a abertura de nosso
ser ao mundo, sem a transitividade de nossa consciência”
(FREIRE, 1996, p. 88).
A consciência segue uma maratona paralela a tríade
do conhecimento, mas em um trânsito um pouco diferente.
Parte da posição inicial intransitiva e avança para a transiti-
va, a qual a princípio é ingênua, mas de forma intencional,
no percurso da maratona da conscientização, entre trânsi-
tos que envolvem paradas, retrocessos e arrancadas, avança
para a consciência transitiva crítica.
Na tríade do conhecimento, o processo de conscienti-
zação requer criticidade e essa, por sua vez, acontece aliada
a curiosidade. Então seguimos a maratona pela tríade do
conhecimento nas questões que envolvem, mais especifica-
mente a curiosidade ingênua, crítica e epistemológica.
TRÍADE DO CONHECIMENTO: CURIOSIDADE INGÊNUA,
CRÍTICA EPISTEMOLÓGICA
Negar a curiosidade é negar a experiência formadora.
Para Freire (1996, p. 85-86),
a construção ou a produção do conhecimento do
objeto implica o exercício da curiosidade, de sua
capacidade crítica de “tomar distância” do objeto,
de observá-lo, de delimitá-lo, de cindi-lo, de “cer-
car” o objeto ou fazer uma
aproximação
metódica,
sua capacidade de comparar, de perguntar.
O que move a curiosidade é a pergunta, o que de fato
importa nas palavras de Freire, é que “professor e alunos
se assumam epistemologicamente curiosos”, ou seja, que