XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
É preciso que estejamos atentos ao tratamento dado
para a curiosidade. Exercitar a curiosidade é uma provoca-
ção para a imaginação, para a suposição, para a busca e
para uma nova experiência, assim a curiosidade vai sendo
refinada. O respeito à leitura de mundo do educando e o
reconhecimento das suas experiências estão diretamente
relacionados à curiosidade no sentido de que esta leitura
seja tomada
como ponto de partida para a compreensão do pa-
pel da
curiosidade
, de modo geral, e da humana, de
modo especial, como um dos impulsos fundantes
da produção do conhecimento. É preciso que, ao
respeitar a leitura do mundo do educando para ir
mais além dela, o educador deixe claro que a curio-
sidade fundamental à inteligibilidade do mundo é
histórica e se dá na história, se aperfeiçoa, muda
qualitativamente, se faz metodicamente rigorosa.
E a curiosidade assim metodicamente rigorosa faz
achados cada vez mais exatos. No fundo, o educa-
dor que respeita a leitura de mundo do educan-
do, reconhece a historicidade do saber, o caráter
histórico da curiosidade, desta forma, recusando a
arrogância cientificista, assume a humidade críti-
ca, própria da posição verdadeiramente científica.
(FREIRE, 1996, p. 123)
No cotidiano
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, a rotinização obscurece a visão, deixan-
do poucas marcas visíveis e exigindo vigilância constante,
“aberta ao que se passa, mesmo ao que se passa quando
‘nada se passa’” (PAIS, 2003, p. 109). Mesmo onde nada pa-
rece passar, há o que se passa, há um mundo a ser lido,
há possibilidades de deslocamentos e avanços para novos
achados motivados pelas curiosidades. Esses deslocamen-
tos promovem assumir gradativamente o papel de sujeito
da produção do conhecimento, se percebendo como um
“sujeito capaz de saber”, como “
arquiteto
da sua própria
prática cognoscitiva” e assim exercendo a curiosidade epis-
temológica. (FREIRE, 1996, p. 124).
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Cotidiano entendido à Luz de José Machado Pais como a rota do conheci-
mento.