XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
vens pleiteiam legitimar a sua identidade juvenil. Uma das
preocupações da Comunidade em Rede, é o cuidado juvenil,
por conta da ociosidade e inserção na drogacidade, articu-
lam assim algumas atividades no espaço para socialização
cultural, ligadas ao meio ambiente, esporte, música e dança.
No primeiro
círculo de cultura
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da investigação te-
mática foram levantadas algumas informações referentes
aos educados que apresentam faixa etária de 15 a 19 anos.
Desses, a sua maioria vive com os pais, alguns moram com
os avos, namoram ou ficam com alguém, são casados(as) e
alguns já tem filhos. O grupo apresenta diversidade de gê-
neros, gostam de praticar esportes, no campo de futebol da
colônia, participam do grupo de May-Tai oferecido no salão
da paróquia. Eles costumam se reunir para ir até o trapiche
tocar música com os amigos, tomar chimarrão e mergulhar
quando é verão. A praia é uma das atrações mais frequenta-
da pelos jovens no verão. Em tempo de frio ficam jogando
vídeo game na casa dos amigos.
Meus pais não querem que eu trabalhe, apenas es-
tude. Tenho que ajudar nas coisas e tarefas de casa,
ajudo minha mãe e meu pai que trabalham fora.
Isso acontece muito por aqui, não tem policiamen-
to pode dar um “SARAGUAÇO
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”. Esses dias teve um
próximo da praça e se encheu de ‘CAMBURÃO
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’ no
lugar (Relato do Jovem educando).
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Extraído do Livro Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire 1987, p.06 “Cír-
culo de Cultura” encontram-se e reencontram-se todos no mesmos mun-
do comum e, da coincidência das intenções que o objetivam, ex-surge
a comunicação, o diálogo que criticiza e promove os participantes do
círculo. Assim, juntos, recriam criticamente o seu mundo: o que antes os
absorvia, agora podem ver ao revés. No círculo de cultura a rigor, não se
ensina, aprende-se em reciprocidade de consciência; não há professor a
um coordenador, que tem por função dar as informações solicitadas, pelos
respectivos participantes e propiciar condições favoráveis à dinâmica do
grupo, reduzindo ao mínimo a sua intervenção direta no curso do diálogo.
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Extraído dos relatos dos educandos “Saraguaço” Algumas palavras utili-
zadas são oriundas da Colônia Z3, não se fala em outro lugar, Saraguaço
compreendida como briga, confusão, encrenca ou conflito.
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A expressão Camburão é empregada quando por conta de alguma confu-
são (Saraguaço) e a pessoa se aproxima para ver ou saber, ela é considera-
da como Camburão.