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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

Meu tio me chamou para ir pescar camarão. Ele me

insistiu, então fui pra ver a experiência. Quando eu

cheguei em terra, sai de lá com a perna bamba e

pensei nunca mais eu vou ir pescar. Antigamen-

te meu avô dizia que se orientava pelas estrelas e

ele achava terra, contava nas histórias dele. (...) “

Se

disser para eles: vamos arrumar a rede? Os jovens

correm”.

D

urante o evento, um pescador aposentado retratou

em sua visão a realidade do contexto e explicita o pensa-

mento que nos dias atuais ganha mais força de constatação,

o desinteresse pela pesca.

A maioria dos jovens não se interessam por nada da

pesca (...) Com nove anos eu já sabia arrumar uma

rede, daqui a pouco ninguém mais sabe. O jovem

com 20 anos não sabe mais arruma uma rede e “vai

morrer isso”, meu filho está com 23 anos “Eu” digo:

filho eu quero que você.

Com base nos relatos anteriores e as demandas dos

jovens apresentadas a seguintes, pressupomos que existe a

dicotomia entre a atividade da pesca artesanal e as ativida-

des dos jovens da Colônia Z3.

Outras perspectivas são levantadas pelos jovens em

suas demandas, como os problemas vivenciados e os dese-

jos de futuro.

É que hoje em dia os jovens não se interessam por

nada, as crianças de hoje em dia só querem saber

de drogas. Mas, a gente se apega na música (..),

aqui ninguém mais se interessa pelas coisas daqui.

Segundo Dayrell (2007, p.1109), a expressão simbólica

dos jovens tem se amparado em formas distintas de lingua-

gem e comunicação, na “música, a dança, o vídeo, o corpo

e seu visual, têm sido os mediadores que articulam jovens,

que se agregam para trocar idéias, para ouvir um

som

”. De

acordo com Dayrell (2007), a dimensão cultural orquestra-

da nos espaços se configuram como facilitadores da prática

cultural, representadas por símbolos e rituais, no qual os jo-