1418
EIXO 9 – PAULO FREIRE: POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO EDUCACIONAL
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Humanismo em Paulo Freire como um novo paradigma para
a Educação Básica contemporânea, no contexto brasileiro.
Enquanto novo paradigma, o Humanismo de Freire é
plural e dialético, conforme sua práxis, defendida por toda
sua vida e um dos pilares de sua pedagogia:
A pedagogia do diálogo que praticava fundamenta-
-se numa filosofia pluralista. O pluralismo não sig-
nifica ecletismo ou posições, adocicadas, como ele
costumava dizer. Significa ter um ponto de vista e, a
partir dele, dialogar com os demais. É o que manti-
nha a coerência da sua prática e da sua teoria. Paulo
era acima de tudo um humanista. Seria a única forma
de classificá-lo hoje. (GADOTTI, 2005, p. 15).
Tendo como base os escritos de alguns autores, tanto
em teses, livros quanto artigos (MENDONÇA, 2008; GARRÉ;
HENNING, 2013; XIMENES, 2014; DASSOLER, 2015; GADOT-
TI, 2015), discorremos brevemente sobre os três Humanis-
mos que mantém interfaces com o de Freire, são eles: Hu-
manismo Cristão, Humanismo Existencialista e o Humanis-
mo Marxista. Nossa explanação sobre as bases teóricas e
filósofos expoentes de cada vertente do Humanismo aqui
mencionadas não tem como objetivo aprofundamento ana-
lítico, muito mais a contextualização das fontes filosóficas
que dialogam com e ecoam na obra de Freire.
O Humanismo Cristão, também reportado como Hu-
manismo Existencialista Cristão, em nossa análise, baseia-se
em um dos filósofos influenciados pela doutrina cristã e que
realizou seus estudos por uma defesa do ser humano cons-
tituído na relação com os outros. Gabriel Marcel, segundo
Nogare (2008), desenvolveu sua teoria humanista a partir
da ideia do homem como um ser encarnado, que busca um
sentido para a sua vida. Somada a essa ideia está a de pen-
sar em Deus como uma relação incluída no ato de fé. Dessa
forma, o ser humano se completa a partir do encontro pes-
soal entre Deus e o seu eu já que “A comunhão aparece em
seu pensamento como uma comunhão autêntica, na qual
o outro é reconhecido como presença.” (GARRÉ; HENNING,
2013, p. 283). Dassoler (2015) aproxima a concepção de ser