XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 9 – PAULO FREIRE: POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO EDUCACIONAL
humano de Marcel e Freire. A autora afirma que Marcel, em
sua obra, concebe o ser humano “como um ser itinerante,
inacabado, ainda por se formar; formação essa que está em
vias de uma educação da esperança, que visa à construção
da essência.” (p. 73).
O Humanismo Existencialista é comumente referen-
ciado a partir do filósofo francês Jean-Paul Sartre e, enquan-
to corrente filosófica, se caracteriza pela análise da condição
da existência humana. Essa afirmativa é possível ao obser-
varmos os escritos de Sartre (2014), na obra O Existencialis-
mo é um Humanismo
.
Nela o autor analisa o ser humano a
partir de sua existência transcendente no outro.
Humanismo, porque lembramos ao homem que
não há outro legislador senão ele mesmo, e que
é no desamparo que ele decidirá por si mesmo; e
porque mostramos que não é voltando-se para si
mesmo, mas sempre buscando fora de si um fim
que consiste nessa libertação, nesta realização par-
ticular, que o homem se realizará precisamente
como humano. (SARTRE, 2014, p. 44).
Como mencionamos anteriormente, os três Huma-
nismos que aqui salientamos estão íntima e dialeticamente
substanciados ao longo de toda a obra de Freire. Porém,
nenhum deles é tão relacionado à teoria e à pedagogia
freiriana quanto o Humanismo Marxista. Karl Marx (2004)
desenvolveu o pensamento humanista marxista tendo o ser
humano como um ser natural, mas que possui uma espe-
cificidade que o identifica como humano. Segundo Noga-
re (2008), a sociabilidade, em Marx, é a capacidade que o
homem tem de relacionar-se com os outros e, assim, for-
mar uma sociedade. Nessa, o homem, através do trabalho
e em relação com os outros homens, assegura a satisfação
de suas necessidades naturais, transformando a natureza e
aproximando-a de sua humanidade. O Humanismo Marxista
observa que o homem é aquele que “humanizando a na-
tureza pelo trabalho, se cria ele mesmo homem, se torna
produtor de si mesmo.” (NOGARE, 2008, p. 102).