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EIXO 9 – PAULO FREIRE: POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO EDUCACIONAL

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

agindo sempre com autoridade, mas sempre também com

respeito à liberdade dos outros, à sua dignidade” (FREIRE,

1991, p. 44). Para isso, não é possível, para os gestores, omi-

tirem-se de seu projeto político de educação, assim como é

impraticável, que para a construção de uma educação popu-

lar, democrática e humanizadora, conceba-a como se “sua

fosse”, exercendo sua liderança de maneira autoritária.

Nesse sentido, é que Lima (2010, p. 195), a partir de

Paulo Freire, concebe a gestão democrática, como uma prá-

tica sustentada:

Numa abordagem crítica e antiautoritária de edu-

cação, experimenta-se através de múltiplas catego-

rias, que podem ser entendidas como dimensões

complementares gravitando ao redor das suas con-

cepções de gestão democrática, de organização

como

prática da liberdade

, de mobilização orga-

nizacional dos sujeitos pedagógicos: gestão cole-

giada, administração dialógica, gestão participada,

autogoverno da escola, administração democrática,

democratização e autonomia da escola. [grifos do

autor].

A gestão escolar, por isso, não é tarefa que se faz iso-

ladamente, mas ao contrário, no coletivo. Desse mesmo

modo, Lima (2000) enfatiza que a administração escolar sem

democracia é mero instrumento. A gestão, consequente-

mente, considera o todo em relação às partes, significando

uma ruptura paradigmática aos padrões mais clássicos da

administração, que estavam pautados sobre as tarefas de

controlar, supervisionar, mandar (Lück, 2011).

Para isso, na gestão escolar, que não é mais imaginada

como o saber específico do diretor da escola, é necessário,

para além da participação daqueles que estão evolvidos co-

tidianamente no seu contexto, que tal engajamento desem-

boque numa construção daquilo que desejam realizar, bem

como de um planejamento, fruto do seu projeto pedagógico.

Sendo assim, Gadotti (2012) adota o argumento de que

seja desnecessário adjetivá-lo como “político”, o projeto da

escola, porque sempre o será. Porém, é bem mais que um