XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 9 – PAULO FREIRE: POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO EDUCACIONAL
[…] qualquer que seja a prática de que participe-
mos, a de médico, a de engenheiro, a de torneiro, a
de professor, não importa de quê, a de alfaiate, a de
eletricista, exige de nós que a exerçamos com res-
ponsabilidade. Ser responsável no desenvolvimen-
to de uma prática qualquer implica, de um lado, o
cumprimento de deveres, de outro, o exercício de
direitos. O direito de sermos tratados com digni-
dade pela organização para a qual trabalhamos, de
sermos respeitados como gente. O direito a uma
remuneração decente. O direito de termos, final-
mente, reconhecidos e respeitados todos os direi-
tos que nos são assegurados pela lei e pela convi-
vência humana e social.
Por mais que façamos valer esses fundamentos teóri-
cos na prática educativa, deparamo-nos com uma diversida-
de composta por grupos que se identificam entre si, isto é,
formação de grupos em decorrência de características idên-
ticas ou similares. Todavia, uma escola inclusiva que acolhe a
diversidade deve eliminar a possibilidade de agrupamentos
e construir uma proposta de acolhimento, com espaço para
que todos tenham condições de construir o conhecimento
em sintonia com suas capacidades, desenvolvendo-se, em
suas diferenças, como cidadãos.
De acordo com a teoria freireana, em muitos momen-
tos do cotidiano escolar, somos obrigados a analisar nos-
sa prática educativa e olhar tanto para nós mesmos quanto
para nossos estudantes com a certeza de inacabamento do
ser humano. Justamente esse inacabamento ou essa incon-
clusão, como denomina Freire, “[...] implica necessariamente
a inserção do sujeito inacabado num permanente processo
social de busca” (1996, p. 61).
Nessa perspectiva, a escola passa a exercer uma fun-
ção basilar, uma vez que não há melhor lugar para o exercí-
cio da alteridade com e sobre o outro. A esse respeito, ousa-
mos fazer acréscimos à citação de Freire, inserindo pessoas
com deficiência:
Se discrimino o menino ou a menina pobre, a me-
nina ou o menino negro, o menino índio, a menina