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EIXO 9 – PAULO FREIRE: POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO EDUCACIONAL

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

reflexão teórica. Diante de uma panorâmica histórico-tem-

poral, colocamos em evidência a forte presença de Freire,

por meio de suas reflexões sobre a prática do professor no

processo de inclusão dos estudantes com deficiência na

escola comum, ainda em construção. Sabiamente, o edu-

cador nos apresenta essa aproximação do professor com

seus estudantes:

Preciso [...] saber ou abrir-me à realidade desses

alunos com quem partilho a minha atividade pe-

dagógica. Preciso tornar-me, se não absolutamen-

te íntimo de sua forma de estar sendo, no mínimo,

menos estranho e distante dela. E a

diminuição

de minha estranheza ou de minha distância

da realidade hostil em que vivem meus alunos

não é uma questão de pura geografia. Minha

abertura à realidade negadora de seu projeto

de gente é uma questão de real adesão de mi-

nha parte a eles e a elas, a seu direito de ser.

(FREIRE, 1996, p. 155).

Direito de ser, direito de estar presente no ambiente

escolar, direito de partilhar conhecimentos, enfim, direito de

aprender. Com essas expressões, finalizamos nossa reflexão,

afirmando que a inclusão não se restringe somente à oferta

de matrícula, pois esta não garante acesso, permanência e

muito menos aprendizagem. Para que esse direito se efeti-

ve, mudanças radicais nos sistemas de ensino são impres-

cindíveis, desde a acessibilidade arquitetônica até o diálogo

aberto, haja vista a necessidade de construção de um cur-

rículo inclusivo e de uma cultura que valorize as diferenças.

Inferimos, pelo exposto, que a inclusão dos estudantes

com deficiência deve contar com um currículo desafiador e

estímulo à aprendizagem significativa, diante da premissa

de que o ensino é coletivo, e a aprendizagem, individual.

Constatamos também que nosso olhar deve estar

atento às especificidades de cada estudante, pois, consoan-

te ao pensamento de Freire (1996, p. 162-163), “O nosso

olhar é um trabalho realizado com gente, miúda, jovem ou

adulta, mas gente em permanente processo de busca. Gen-