1368
EIXO 9 – PAULO FREIRE: POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO EDUCACIONAL
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Não posso ser professor se não percebo cada vez
melhor que, por não poder ser neutra, minha prá-
tica exige de mim uma definição. Uma tomada de
posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que esco-
lha entre isto e aquilo [...] Sou professor a favor da
luta constante contra qualquer forma de discrimi-
nação, contra a dominação econômica dos indiví-
duos ou das classes sociais [...] Sou professor a favor
da esperança que me anima apesar de tudo. Sou
professor contra o desengano que me consome e
imobiliza. Sou professor a favor da boniteza de mi-
nha própria prática.
Ao enfatizarmos a igualdade de direitos, assumimos
uma postura a favor da educação de qualidade, valorizan-
do uma educação balizada por escolhas, decisões e atos
dos sujeitos. Dessa forma, compreendemos que a educa-
ção, em hipótese alguma, pode ser neutra, como o próprio
autor argumenta:
[...] não pode jamais ser neutra, tanto pode estar a
serviço da decisão, da transformação do mundo, da
inserção crítica nele, quanto a serviço da imobiliza-
ção, da permanência possível das estruturas injus-
tas, da acomodação dos seres humanos à realidade
tida como intocável. Por isso, falo da educação ou
da formação. Nunca do puro treinamento. (FREIRE,
2000, p. 27).
Sob essa ótica e com a consciência do professor que
luta a favor da boniteza da prática educativa, Ropoli (2010)
declara que a inclusão rompe a ideia de escola conservadora
e passa a contestar a organização estabelecida pelos siste-
mas de educação.
Não obstante, escolas, cujo trabalho não atende às di-
ferenças, sentem-se inseguras numa proposta de Educação
Inclusiva. Nesse sentido, é preciso desconstruir a estrutura
vigente para que se possa construir um ambiente funda-
mentado numa concepção inclusiva que valorize as diferen-
ças, numa plena inter-relação entre processo educativo e
prática educativa responsável.
No que tange à relação entre educação e responsa-
bilidade da prática educativa, Freire (2001, p. 44) corrobora: