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EIXO 9 – PAULO FREIRE: POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO EDUCACIONAL

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

Não posso ser professor se não percebo cada vez

melhor que, por não poder ser neutra, minha prá-

tica exige de mim uma definição. Uma tomada de

posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que esco-

lha entre isto e aquilo [...] Sou professor a favor da

luta constante contra qualquer forma de discrimi-

nação, contra a dominação econômica dos indiví-

duos ou das classes sociais [...] Sou professor a favor

da esperança que me anima apesar de tudo. Sou

professor contra o desengano que me consome e

imobiliza. Sou professor a favor da boniteza de mi-

nha própria prática.

Ao enfatizarmos a igualdade de direitos, assumimos

uma postura a favor da educação de qualidade, valorizan-

do uma educação balizada por escolhas, decisões e atos

dos sujeitos. Dessa forma, compreendemos que a educa-

ção, em hipótese alguma, pode ser neutra, como o próprio

autor argumenta:

[...] não pode jamais ser neutra, tanto pode estar a

serviço da decisão, da transformação do mundo, da

inserção crítica nele, quanto a serviço da imobiliza-

ção, da permanência possível das estruturas injus-

tas, da acomodação dos seres humanos à realidade

tida como intocável. Por isso, falo da educação ou

da formação. Nunca do puro treinamento. (FREIRE,

2000, p. 27).

Sob essa ótica e com a consciência do professor que

luta a favor da boniteza da prática educativa, Ropoli (2010)

declara que a inclusão rompe a ideia de escola conservadora

e passa a contestar a organização estabelecida pelos siste-

mas de educação.

Não obstante, escolas, cujo trabalho não atende às di-

ferenças, sentem-se inseguras numa proposta de Educação

Inclusiva. Nesse sentido, é preciso desconstruir a estrutura

vigente para que se possa construir um ambiente funda-

mentado numa concepção inclusiva que valorize as diferen-

ças, numa plena inter-relação entre processo educativo e

prática educativa responsável.

No que tange à relação entre educação e responsa-

bilidade da prática educativa, Freire (2001, p. 44) corrobora: