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EIXO 8 – PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

ser menos, a comparar-se à “quase- coisas”, como árvores,

pedras ou animais: “A “Cultura do silêncio”, que se gera na

estrutura opressora, dentro da qual e sob cuja força condi-

cionante vêm realizando sua experiência de “quase-coisas”,

necessariamente os constitui desta forma.” (FREIRE, 1970, p.

101). Nesse sentido, traçamos um paralelo com a desuma-

nização dos (as) subalternizados (as)/ colonizados (as)/ opri-

midos (as). Desumanizar os corpos dos (as) colonizados (as),

distanciando-os ao máximo dos corpos dos colonizadores

(as), é prática essencial para a manutenção da condição de

opressão hegemônica.

RESULTADOS

Fica evidente, então, que o colonialismo não é somen-

te um fenômeno político, econômico e cultural, mas possui

uma dimensão epistêmica de criação de um imaginário so-

bre o mundo social do outro (subalterno (a)/ colonizado (a)/

negro (a)/ civilização autóctone/ oriental/ índio (a)/ campo-

nês (a)/ entre outros). A percepção construída pelas ciências

sociais e humanas europeias não somente legitimou a do-

minação imperialista no plano econômico, político e físico,

como também contribuiu para criar epistemologicamente

e ontologicamente as identidades (pessoais e coletivas) de

colonizadores e colonizados. (CASTRO-GÓMEZ, 2005, p. 20,

apud

. BALLESTRIN, 2013, p. 04). Assim, a “Cultura do silên-

cio” pode ser entendida como a expressão própria da colo-

nialidade, uma vez que oprime e coloniza os sujeitos desu-

manizados e desprovidos do seu direito de pronunciamento

do (Seu) mundo.

Assim, precisamos refletir sobre em qual medida po-

demos pensar Paulo Freire, não apenas no campo educacio-

nal e pedagógico, mas com potencial interdisciplinar – e, so-

bretudo, interpretar o próprio Freire como um pensador que

se propõe ao movimento de denúncia das amarras coloniais

–, por uma

práxis

de transformação social e epistêmica no

contexto latino-americano