XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
de que a conspiração democrática de inspiração gramsciana
pode aproveitar tais espaços para gerar proposições con-
tra-hegemônicas, tendo como principal objetivo contribuir
para a construção de um projeto democrático-participativo
para o país.
Em relação às conquistas, de uma forma geral, posso
assinalar o debate público sobre os limites e as possibilida-
des de incorporação de princípios e procedimentos da EP
no campo das políticas educacionais, que acabaram sendo
utilizados posteriormente ao trabalho de assessoria nos mu-
nicípios, destacando-se: a valorização do diálogo e das ex-
periências dos participantes enquanto um aprendizado em
relação, a discussão prévia das normas de trabalho coleti-
vo, a prática participativa de planejamento educacional e a
atuação colegiada na gestão educacional.
Uma conquista significativa do “aprendizado em re-
lação”, em especial para o trabalho com os municípios, fo-
ram as discussões a partir da explicitação pública de dúvidas
e questões sobre os direitos sociais e qualidade social dos
sistemas municipais de ensino pelos sujeitos participantes,
enquanto momentos-sínteses de reflexão sobre as possí-
veis contribuições da política educacional municipal para a
transformação social. Relacionado a esse processo formati-
vo coletivo, voltado para a constituição de sujeitos partici-
pativos, o movimento de ressignificação e refundamentação
da EP na América Latina tem reconhecido a importância em
atuar diretamente na educação formal escolarizada, criando
condições para que a participação realmente possa aconte-
cer, capacitando os diversos sujeitos sociais para o exercício
de uma nova prática de gestão pública democrática (PON-
TUAL, 2005).
Nesses trabalhos de assessoria surgiram inúmeros de-
safios que evidenciaram uma extrema complexidade não só
na formação de sujeitos sociais, imersos numa cultura políti-
ca avessa a participação social qualificada em espaços públi-
cos, como também pela a dificuldade dos agentes públicos
em compartilhar o poder de decidir coletivamente.