XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
ção para o ingresso nos ensinos técnicos e superior é o que
mais alarma o contexto. Após 14 anos de um governo com
políticas públicas voltadas a classe marginalizada, onde o
pobre e o negro ingressaram, permaneceram e se formaram
na universidade, a população historicamente menosprezada
e invisibilizada começou a compreender que o sonho de en-
trar na universidade era possível de ser concretizado. Con-
tudo, a partir deste cenário de encolhimento da democracia
e de direitos conquistados pelas lutas sociais, esse processo
tornou-se ainda mais dificultoso, pois sem as políticas pú-
blicas voltadas para as classes trabalhadoras a instituição de
ensino superior ficou menos colorida e diversificada e o po-
bre voltou-se ao mercado de trabalho sem ferramentas para
não ser explorado pelo capital.
Dessa égide, o reflexo da conjuntura direcionou-se a
uma das ferramentas de ingresso nas instituições de ensino
superior, os Pré-Universitários Populares. Portanto, o Paideia
sente os desdobramentos do Golpe de 2016, sente em suas
carteiras, cada dia mais esvaziadas. Mas embora, essa rea-
lidade sombria e temerosa, nos resta uma questão ainda é
possível sonhar!? Galeano nos alerta:
“Na parede de um botequim de Madri, um cartaz
avisa: Proibido cantar.
Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um avi-
so informa:
É proibido brincar com os carrinhos porta-baga-
gem.
Ou seja: Ainda existe gente que canta, ainda existe
gente que brinca.”
(GALEANO, 1995)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após as reflexões tecidas ao longo do texto, do visível
desgaste proposital da educação em níveis gerais e espe-
cialmente na Educação Popular, cabe uma reflexão: embora
a constatação do esvaziamento do contexto Paideia, muito