XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
E com essa busca pela liberdade na aventura é que
podemos observar as ações dos jogadores e impulsionar
essa humanização proposta por Paulo Freire, tal qual a mo-
ral da pedagogia libertária.
RESULTADOS ALCANÇADOS
Em uma das experiências, os personagens discutiam
se o grupo iria de barco pelo rio ou andando pelo meio da
floresta, nesse momento o personagem indígena da tribo
tupinambá alertou para o perigo da antropofagia de sua
própria tribo, descrevendo a prática, o motivo do ritual e
quais as crenças indígenas para os jogadores em idade es-
colar que interpretavam personagens estrangeiros e desco-
nheciam o ritual, muitas vezes associado de forma incorreta
com o canibalismo.
Em outra experiência, após o grupo caçar um caititu,
gerou uma discussão sobre o que fariam com a sobra da
carne, já que na época não existia um sistema de refrigera-
ção, então outras formas de armazenagem foram discutidas,
como assar e salgar posteriormente, mas a escolha feita foi
dividir o animal e distribuir para os vizinhos, mostrando o
espírito de coletividade do grupo.
Ainda em uma outra experiência, no início da sessão,
dois educandos em idade escolar questionavam quando
poderiam se atacar, reflexo de outros jogos comerciais ad-
vindos do capitalismo onde existe o incentivo à competição,
porém o clima de disputa não durou muito tempo, haven-
do a participação no decorrer do jogo, de modo gradual,
até que no final da sessão eles já estavam construindo as
decisões de modo conjunto e não havia mais o clima de
rivalidade.
As sessões duraram em média quinze minutos de
preparação, duas horas de jogo e um momento de análise
de cerca de vinte minutos, para traçar um paralelo entre os
acontecimentos no jogo e como acontece atualmente, como
no caso da antropofagia e da refrigeração, além de salientar
a importância da ajuda mútua e do trabalho em grupo.