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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT2: MULHERES NEGRAS RESISTEM: ANÁLISES SOBRE PROTAGONISMOS FEMININOS E NEGROS NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO

periência de ser negra é vivenciada através do

gênero. Pois, “nosso gênero é constituído e repre-

sentado de maneira diferente segundo nossa lo-

calização dentro de relações globais de poder”

(BRAH, 2006, p. 341).

Com isso, corroboramos com Avtar Brah ao

entendermos que toda a formação discursiva é

um lugar de poder e o poder é constituído, na alta

modernidade, performaticamente nas práticas

políticas e culturais e, através delas,

as subjetividades de dominantes e do-

minados são produzidas nos interstícios

desses múltiplos lugares de poder que

se intersectam. (...) Mas, se a prática

é produtiva de poder, então é tam-

bém um meio de enfrentar as práticas

opressivas do poder. (id., p. 373 – 374)

A partir de tais reflexões, entendemos que

se o fortalecimento de uma forma de opressão le-

var ao fortalecimento de outra, as relações sociais

continuarão problemáticas. No entanto, o desa-

fio não é o fortalecimento de opressões, e sim, a

forma de enfrentá-las a partir de estratégias que

entendam como elas se interconectam e articu-

lam. Dentro da opressão de gênero, por exemplo,

se estruturam outras modalidades específicas de

opressão, modeladas por outros sistemas sociais

que com gênero se intersectam, no nosso con-

texto é o marcador de raça e de pertencimento

social. Desta forma, seria insuficiente analisarmos

as experiências das jovens estudantes negras ape-

nas centradas em um tipo de marcador social da

diferença.

Palavras-chave:

Gênero. Raça.

Interseccionalidade.