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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT2: MULHERES NEGRAS RESISTEM: ANÁLISES SOBRE PROTAGONISMOS FEMININOS E NEGROS NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO
EJA, que num gesto silencioso desapareciam da
escola, lugar onde chegavam lutando para se li-
bertar da invisibilidade. Esta constatação remeteu
a minha trajetória pessoal, fazendo com que eu
pudesse abrir portas há tempos fechadas.
Esse conjunto
de fatores oportunizaram a
elaboração do objetivo geral desta pesquisa-in-
tervenção: Problematizar com os professores da
EJA as questões de gênero e raça a fim de cons-
truir estratégias que favoreçam a manutenção
das mulheres negras na escola.
Em decorrência do objetivo geral, optei por
desenvolver objetivos específicos: Mapear ações
que podem contribuir para a manutenção das
mulheres negras na escola, a partir de estratégias
desenvolvidas pelos docentes; constituir um espa-
ço de estudos, luta e resistência quanto às práticas
educativas que produzem a diferença em relação
às mulheres negras.
Neste contexto, reconhecer que as condi-
ções desiguais das quais as alunas negras enfren-
tam não são fatalidades e muito menos destinos,
mas reflexos de uma sociedade injusta que histo-
ricamente tem nos negado o direito a emancipa-
ção quer seja por nossos estereótipos, quer seja
pelas nossas origens sociais implica em nos reco-
nhecermos como parte nesse processo em que a
forma com que nos posicionamos é determinante.
Sendo assim, a escola ao assumir-se como inter-
ventora possibilita que suas estratégias garantam
o “apoderamento” (ESCOBAR, 2017, p. 35) destes
estudantes, para que possam não apenas recha-
çar práticas opressoras, mas tornarem se fortaleci-
dos para transpor os obstáculos que se apresen-
tam a partir da interseccionalidade de gênero,
raça e classe.