88
VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT2: MULHERES NEGRAS RESISTEM: ANÁLISES SOBRE PROTAGONISMOS FEMININOS E NEGROS NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO
feminismo descolonial: diferenciación, domina-
ción co-constitutiva de la modernidad occidental
y el fin de la política de identidad”, em que a auto-
ra organiza cinco linhas gerais do feminismo deco-
lonial, sistematizando as práticas feministas deco-
loniais a partir: 1 - das heranças que precederam
o movimento, originadas do Black Feminism e do
Feminismo tercermundista, conjuntamente com as
teorias da colonialidade/modernidade ou proje-
to decolonial; 2 - das denúncias ao epistemicídio
referentes ao norte global e do eixo Estados Uni-
dos- Europa- Canadá, e as invisibilidades e apa-
gamentos dentro do próprio circuito sul-sul, silen-
ciando sujeitos pautados em suas racializações,
generificação, sexualidades, e outros marcadores
que afetam os corpos e as subjetividades; 3 - da
ligação com as mulheres autônomas latinoameri-
canas que se opõem ao neoliberalismo e ao capi-
talismo, evidenciando que a luta pela autonomia
dos corpos perpassa conjuntamente a luta pela
terra e pela alimentação; 4 - da possibilidade de
utilização das importantes teorias do norte-global
a partir do filtro geopolítico e situacional, mostran-
do os pesos e os contextos de aplicabilidade, e a 5
- das críticas às teorias latino-americanas (inclusive
as da colonialidade/modernidade) que persistem
em utilizar nomenclaturas e binarismos sem histori-
cizá-los, desta forma, alimentando o epistemicídio
e a inferiorização dos processos de colonização,
referentes em conceitos como: descobrimento, ci-
vilizado x selvagem, colônia x metrópole, américa
x europa, homem x mulher.
Na segunda parte deste mesmo subtítulo, in-
siro a ferramenta teórica do feminismo decolonial
“sistema moderno/colonial de gênero”, produzido
por Maria Lugones. A partir dele Lugones critica