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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT2: MULHERES NEGRAS RESISTEM: ANÁLISES SOBRE PROTAGONISMOS FEMININOS E NEGROS NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO
Como aposta metodológica é lançado
mão de percursos cartográficos a serem delinea-
dos junto ao coletivo das mulheres dada a ex-
pressiva contribuição desse modo de conhecer
ao campo de estudos da subjetividade. Ancora-
da na perspectiva rizomática, a cartografia não
garante um ponto de origem na história, mas se
valoriza acontecimentos que sinalizam desloca-
mentos do que possa ter-se cristalizado como uni-
versal, natural, impedindo interrogações. (ZAM-
BENEDETTI; SILVA, 2011). Dessa forma, ao voltar o
olhar para narrativas que transbordam às mar-
gens do projeto de modernidade, as leituras de
autoras como María Lugones, Jurema Werneck e
Lélia Gonzalez tem como efeito a produção de
deslocamentos de noções naturalizadas, já que
suas narrativas fazem rupturas dos modos de pen-
sar, existir e produzir conhecimento, abrindo co-
nexões a relações de multiplicidade e rompendo
com concepções universalistas de sujeito. Assim
Lugones (2014) assinala um feminismo pensado
desde as mulheres negras e indígenas de Amé-
rica Latina, o qual faz uma leitura das heranças
coloniais que atuam na contemporaneidade,
subjugando os sujeitos que escapam de certo
modelo de humanidade. A perspectiva abarca
uma leitura que objetiva superar a colonialidade
de gênero, entendendo-a como uma interação
complexa e específica entre sistemas econômi-
cos, racializantes e engendrados. Compreen-
de que as opressões não podem ser entendidas
separadamente, mas que todas elas produzem
subjetividade e agenciam um modo de vida co-
lonizado. Dessa forma, contesta a centralização
da concepção de humanidade sob o homem
branco europeu, onde através da colonialidade