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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT2:
MULHERES NEGRAS RESISTEM: ANÁLISES SOBRE PROTAGONISMOS FEMININOS E NEGROS NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO
FEMINISMOS DESCOLONIZADORES:
LESBOFEMINISMOS DECOLONAIS,
ABYA YALA E AS FRONTEIRAS,
AMEFRICANIDADE E
ENEGRECER O FEMINISMO
Hariagi Bora Nunes
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
O trabalho apresentado aqui é a sistema-
tização não aprofundada de um dos capítulos -
Feminismos descolonizadores - que compõe o pro-
jeto de dissertação “Existências e Resistências de
corporalidades não-heteronormativas em escolas
públicas de Porto Alegre -RS sob uma perspectiva
feminista decolonial dos saberes” defendido por
mim em agosto deste ano no PPG Educação da
UFRGS. A ideia central do capítulo é de compilar
alguns escritos de pensadores negras (Lélia Gon-
zalez e Sueli Carneiro), Chicanas e Indígenas de
Abya Yala
1
(Silvia Cusicanqui e Gloria Anzaldua)
e três teóricas feministas decoloniais (a argentina
Marina Lugones), e as lesbofeministas e afro-cari-
benhas (Ochy Curiel e Yuderkys Espinosa). Escre-
vendo ancorada nestas mulheres, visibilizando a
importância política e o rigor conceitual de emer-
gências linguísticas outras e a contínua denún-
cia dos colonialismos e epistemicídios internos e
externos.
A primeira parte do capítulo intitula-se “Les-
bofeminismo decolonial: questões-chave e o siste-
ma moderno/colonial de gênero”. Usando o texto
de Yuresky Espinosa “De por qué es necesario un
1 Nomenclatura originária de América Latina.