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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

opção feita declina com reflexões que ao articular educação

física escolar à educação popular se exprime com procedi-

mento metodológico denominado ‘círculo de cultura’.

CÍRCULO DE CULTURA NO CONTEXTO DAS ‘SITUAÇÕES

LIMITES’

O esforço de pensar ‘círculo de cultura’ guarda certa

anterioridade. Parece não fazer sentido algum introduzir a

dinamicidade do pensamento que assegura sua dimensão

teórico-filosófica se antes não forem esclarecidos seus li-

mites. Consequentemente, o ponto de partida se afirma na

compreensão de que ‘círculo de cultura’ deve estar inse-

rido no campo das práticas, das metodologias de ensino

condicionadas por argumentos explicativos da educação

popular.

Por conseguinte, decorre da ideia de que toda prática,

mesmo que assegurada sua expressão de singularidade, é

histórica e social (FREIRE, 2003). Motivo pelo qual os limites

dos ‘círculos de cultura’, enquanto prática educativa, “de-

manda indiscutivelmente a claridade política dos educado-

res com relação a seu projeto” (Op. cit., p.46). Neste sentido,

os ‘círculos de cultura’ emergem da opção de enfrentamen-

to das práticas educativas que teimam em conduzir “à domi-

nação de consciências” (FIORI apud FREIRE, 1987, p. 9) por

meio de práticas da opressão (educação bancária) contrá-

rios ao contexto da educação libertadora - “Os métodos da

opressão não podem, contraditoriamente, servir à libertação

dos oprimidos”, escreveu Ernani Fiori ao prefaciar

Pedagogia

do oprimido

(1987, p. 9).

Decerto, ao delimitar a orientação filosófica do en-

frentamento, aquela em que os ‘círculos de cultura’ são or-

ganizados, pressupõe clareza de sua ‘identidade cultural’ in-

teragindo com “uma das tarefas mais importantes da prática

educativo-crítica [a de] propiciar as condições em que os

educandos em suas relações uns com os outros e todos com

o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda

de assumir-se” (FREIRE, 1997, p. 46/grifo nosso). Assunção