830
EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Sob esse prisma, concordamos com Freire (2011)
quando afirma:
Não é possível o respeito aos educandos, à sua
dignidade, a seu ser formando-se, á sua identida-
de fazendo-se, se não levam em consideração as
condições em que eles vêm existindo, se não se
reconhece a importância dos “conhecimentos de
experiências feitos” com que chegam à escola. O
respeito devido à dignidade do educando não me
permite subestimar, pior ainda, zombar do saber
que ele traz consigo para a escola. (p. 62).
Assim, precisamos rever as práticas escolares, com vis-
tas a tornar os conhecimentos mais significativos buscando
uma identidade de escola. Urge que essas instituições deixem
de trabalhar a partir da prática autoritária, que vêm se man-
tendo através do medo, do terrorismo e da reprovação. Esse
tipo de escola termina destruindo a autoestima e a curiosida-
de do educando. Sobre isso, Freire (2011, p. 81) salienta que
“só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquie-
ta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo
e com os outros. Busca esperançosa também”.
Em meio a isso, os educadores possuem um grande
desafio de buscar alternativas diferenciadas, visando pro-
porcionar aos educandos o prazer e a alegria de estar na
escola. Isso porque uma escola pode ser feliz e séria ao mes-
mo tempo.
Quando buscamos prezar pela formação humana nas
escolas, o direito à educação perpassa a ideia de educação
tradicional. Educação na lógica da formação humana é ter
direito ao conhecimento, ao saber, à cultura e seus signifi-
cados, à identidade, ao desenvolvimento pleno como seres
humanos que somos (ARROYO, 2000, p. 53). A partir dessa
compreensão, a ideia de educação conteudista, em que o
sujeito recebe uma carga de informações e não as processa,
não as contextualiza, se quebra; e a escola passa a trilhar
novos caminhos, em que os sujeitos se respeitam entre si e
com os outros, passando a reconstruir sua história e a “esta-
rem no mundo” e agirem sobre ele.