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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

A práxis teórica é o tomar distanciamento da práxis

realizada no contexto concreto, no sentido de aprimorar a

visão dessa concretude, e só se tornará autêntica na medida

em que as duas estiverem em movimento dialético. “Daí que

sejam essas duas formas de práxis momentos indicotomi-

záveis de um mesmo processo pelo qual conhecemos em

termos críticos” (FREIRE, 2011, p. 175).

Assim, a reflexão somente é verdadeira quando remete

ao concreto, à realidade histórica e à conscientização, cons-

tiuindo-se como um esforço crítico de desvelar a realidade,

por meio, ainda, de um engajamento político. “O educador

e o povo se conscientizam através do movimento dialético

entre a reflexão crítica sobre a ação anterior e a subsequente

ação no processo daquela luta” (FREIRE, 2011, p. 176).

A educação libertadora está a serviço das classes domi-

nadas como prática social e constitui-se como uma educação

política. Tão política quanto a que serve à ideologia da classe

dominante e a proclama como neutra. A diferença está no pro-

cesso de transformação social, conforme previsto na primeira,

para colocá-la em prática, em termos sistemáticos. Para Freire

(2011), seria uma ingenuidade que as classes oprimidas espe-

rassem das classes dominantes a prática de uma educação que

desvelasse as contradições em que se encontravam.

A classe oprimida, pela sua própria experiência e pelo

novo aprendizado, vai criando uma visão cada vez mais cla-

ra de sua realidade histórica, a qual, associada ao desco-

brimento de novas formas de ação, menos assistencialistas,

transforma essa realidade.

A partir desses pressupostos, Freire endossa os teólo-

gos latino-americanos, os quais defendem uma teologia po-

lítica da libertação, no sentido de constituir uma compreen-

são de que somente a classe oprimida é capaz de conceber

um futuro

11

diferente, na medida em que, pela percepção

11 Freire (2011) utiliza o termo futuro e o faz a partir da condição de tempo

inserido na discussão de que, para a classe oprimida, conceber um futuro

diferente do seu presente só irá acontecer na medida em que essa classe

adquirir a consciência de classe dominada e passar a agir em prol da trans-

formação revolucionária da sociedade.