XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
nante, uma vez que as contradições que caracterizam a so-
ciedade contemporânea tomam conta das instituições onde
a educação sistemática está acontecendo e acabam por al-
terar o papel reprodutor da ideologia dominante.
PALAVRA-AÇÃO-REFLEXÃO
A proposta freiriana alerta sobre a situação de que
mesmo o educador negando a neutralidade no processo
educativo poderá, na medida em que reproduz a ideolo-
gia dominante, vir a tornar-se um manipulador. A prática
libertadora não se realiza, nem pela manipulação, nem pela
espontaneidade. “A manipulação é castradora, por isso au-
toritária. O espontaneísmo é licencioso, por isso irresponsá-
vel” (FREIRE, 1983, p. 29).
A partir desse momento, Freire remete à necessidade
de que o educador venha a aclarar a sua opção, a qual é
política e deverá manter coerência na prática. A coerência
entre a opção política e a prática é uma exigência pessoal e
enfatiza-se que “[...] não é o discurso o que ajuíza a prática,
mas a prática que ajuíza o discurso” (FREIRE, 1983, p. 29).
O problema surge na medida em que os educadores
proclamam uma opção democrática e acabam por desenvol-
ver uma prática não coerente com o discurso. Daí que esse
discurso seja um palavreado composto de vocábulos inflama-
dos e contraditórios, impondo uma prática autoritária.
Em contrapartida, a prática democrática significa reco-
nhecer nos outros o direito de dizer a sua palavra e, quando
a prática se torna autoritária, mesmo com um discurso de-
mocrático, esse direito é negado.
Uma prática democrática faz-se onde o direito de falar
corresponde ao dever de escutar, e como escutar implica
falar, o dever de escutar corresponde ao direito, igualmente,
de falar a quem se escuta. Dessa maneira, o escutar é falar
com os seres humanos envolvidos na relação, enquanto que
o simplesmente falar seria uma forma de não ouvi-los.
Quando a opção do educador é libertadora, o proces-
so educativo torna-se um ato de dizer a palavra, expondo-se