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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
e, nessas condições, não há espaço para um teoricismo o
qual apregoa, apenas, a transformação da consciência. Na
mesma linha de raciocínio, não há espaço para o praticismo
o qual dicotomiza a relação sujeito-objeto, mas é preciso
compreender essa relação na unidade dialética a qual une
teoria e prática, numa construção contraditória e dinâmica.
O autor nega o pré-determinismo e argumenta que o
futuro vai acontecendo, que o “[...] futuro existe na medida
em que eu ou nós mudamos o presente. E é mudando o pre-
sente que a gente fabrica o futuro: por isso, então a história
é possibilidade e não determinação” (FREIRE, 1991, p. 90).
Essa concepção estabelece como convocatória a luta
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na qual os seres humanos, em coletivos, vivem as mais diver-
sas maneiras de opressão. Não é a história que utiliza os seres
humanos para atingir algo, mas é a ação desses seres, na bus-
ca pelos objetivos da categoria, que constituirão essa história.
Esse é o momento em que os seres humanos, toman-
do as “situações-limites” como desafios, como seres da prá-
xis, admirando o “inédito viável” como maneira de concreti-
zação, poderão materializar, na “ação editanda”, as ações de
transformação do mundo.
Fundamentada nesses pressupostos, a categoria prá-
xis pode ser interpretada como o conjunto das relações
entre o modo de compreender criticamente a realidade e
a consequente prática que decorre dessa compreensão, a
partir do encaminhamento de ações transformadoras sobre
essa mesma realidade.
Nesse sentido, possuindo como ancoragem o contex-
to freiriano, tem-se como objetivo problematizar os movi-
mentos de palavra-ação-reflexão, identificando elementos
os quais promovam práticas educativas as quais corroborem
com as transformações sociais.
Com o intuito de abordar a referida discussão o es-
tudo foi elaborado a partir de uma pesquisa bibliográfica.
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O termo luta empregado por Freire (2004), na obra
Pedagogia do opri-
mido
, remete à luta dos oprimidos, como movimento de humanização,
inserido em um contexto histórico, no qual esses seres humanos buscam
resgatar a sua humanidade roubada.