XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
mento o seu próprio questionamento” (JOSSO, 2004, p. 132)
e as exigências à prática docente sob o olhar de Freire.
Henz e Freitas (2014) apontam para alguns movimentos
importantes de composição dos Círculos. Estes foram cons-
truídos com o grupo Dialogus, do decorrer da concepção da
metodologia, afirmando a dinâmica e a organização dos mo-
mentos. Num primeiro movimento pratica-se a
escuta sensí-
vel
e o
olhar aguçado
, pressupostos em Freire quando este
afirma que o diálogo só ocorre na escuta e na observação
do outro, movimentos estes que transcendem a capacidade
de falar, mas exigem o exercício de ouvir, de participar, de
relacionar. Este diálogo que se inicia ao ouvir o outro e a si,
relaciona-se à descoberta do inacabamento, “a progressiva
consciência de que, como humanos, estamos em permanente
processo de busca de auto(trans)formação” (HENZ; FREITAS,
2015b, p. 79). É na
descoberta do
inacabamento
que nos
tornamos empoderados a (re)pensar e (re)inventar a realidade
e as práticas educativas cotidianas. Quando nos descobrimos
e aceitamos a incompletude, podemos passar para a proble-
matização das questões que nos entravam, é o movimento
da emersão das temáticas. O terceiro movimento justifica a
coautoria dos participantes dos Círculos, as
temáticas emer-
gentes
também do grupo, do cotidiano e da realidade, por
isso em cada vez que ocorrem, os Círculos adquirem singula-
ridades. Estas temáticas são mobilizadas por meio do quarto
movimento, os
diálogos-problematizadores
, dos quais par-
tem as perguntas, tão necessárias no pensamento de Freire,
são indagações, discussões e provocações que conduzem a
um quinto movimento, a
auto(trans)formação
, conceito que
vem sendo discutido e fundamentado pelo grupo Dialogus:
educação, formação e humanização em Paulo Freire. Esse
movimento acontece quando há a possibilidade de vivenciar
um processo dialógico de auto(trans)formação permanente,
em que ambos (pesquisador e interlocutores) compartilham
suas inquietações, desejos, esperanças, alegrias, frustrações,
saberes, bem como problematizam suas experiências (HENZ;
FREITAS, 2015b, p. 79).