574
EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Nesse decurso, o autor conceitua a formação desuma-
nizante – que está articulada à opressão dos que dominam
o poder econômico sobre os que são explorados por esta
dominação – como um processo de diminuição da vocação
social da humanidade, ao passo que se apresenta como o
meio propulsor dos sujeitos na busca de sua humanização,
Freire (1987) anuncia:
[...] a violência dos opressores, que os faz também
desumanizados não instaura uma outra vocação – a
do ser menos. Como distorção do ser mais, o ser
menos leva os oprimidos, cedo ou tarde, a lutar
contra quem os fez menos (p.30).
Daí a inconclusão dos homens e das mulheres como
espaço de possibilidades, neste movimento contínuo da
sociedade, que se mantém dialeticamente num processo
de ensino e aprendizagem no mundo e com o mundo, si-
tuado então dentro e fora da escola. Neste, os sujeitos, ao
se relacionarem entre si, percebem-se enquanto constru-
tores da história. Através do seu trabalho, agem e reagem
frente aos condicionamentos que os oprimem, os quais
Freire pontua como situações limites, capazes de serem
superadas pela práxis, num exercício constante de ação-
-reflexão-ação.
Acreditamos que esteja neste exercício prático/re-
flexivo a tônica do método freireano: ensinar e aprender a
escrever a sua história, como autor(a) e como testemunha
de sua própria trajetória, isto é, biografar-se, existenciar-se,
historicizar-se. Um processo que segunda Ortega (In FREIRE,
1987) “a vida deixa de ser biologia e passa a ser biografia”.
Neste sentido, é que podemos afirmar que a peda-
gogia de Paulo Freire, enquanto método de alfabetização;
ultrapassa os limites do aprender a copiar e reproduzir có-
digos da grafia portuguesa. Neste autor, encontramos o
método de alfabetização para vida - método de alfabetiza-
ção, que segundo Fiore (In FREIRE, 1987), tem como ideia
motivadora toda a amplitude humana da “educação como
prática da ‘liberdade’, o que em regime de dominação, só se