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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO

nutenção dos interesses do capital, os quais se encontram

enraizados nos antagonismos ideológicos entre opressores

e oprimidos.

Na particularidade da desigualdade socioambiental do

Brasil, é importante assinalar que aproximadamente 60% dos

conflitos socioambientais estão situados em territórios dos

povos tradicionais. Nestes estão identificados a maior con-

centração de biodiversidade e riqueza natural. Situação gera-

dora de conflito de interesses sob o uso e acesso dos recursos

naturais disponíveis. Nesta engrenagem, conforme a Consti-

tuição Federal é dever do Estado garantir um ambiente equi-

librado, bem como a conservação e manutenção das comu-

nidades tradicionais como patrimônio de toda humanidade.

Este processo instaura à política pública de Gestão de

Recursos Naturais, construída e fiscalizada pelo IBAMA, que

insere e desenvolve no contexto dos processos de mediação

de conflitos Projetos de Educação Ambiental. Tendo estes

o objetivo de proporcionar condições para o desenvolvi-

mento de capacidades necessárias à intervenção individual

e coletiva, de modo qualificado, tanto na gestão do uso dos

recursos ambientais quanto na concepção e aplicação de

decisões que afetam a qualidade do meio ambiente, seja ele

físico-natural ou construído (QUINTAS, 2006).

E é no âmbito destes Projetos de Educação Ambiental

que pensamos as contribuições da Pedagogia do Oprimido

na formação dos educadores ambientais. Como ponto de

partida, é importante salientarmos a divisão social de clas-

ses, processo que Freire (1987), cuidadosamente, assume

ser necessário uma leitura histórica, materialista e dialética

do mundo, na qual compreende que a formação social dos

sujeitos, contraditoriamente, desenvolve-se numa inversão

da humanização dos homens e das mulheres, constituindo-

-se em um processo de desumanização que reduz tudo a

mercadoria. Segundo o autor, tanto a humanização quanto

a desumanização “[...] dentro da história, num contexto real,

concreto, objetivo, são possibilidades dos homens como se-

res inconclusos[...]” (p. 30).