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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
poderemos dizer ser ele mesmo: a palavra. Mas, ao
encontrarmos a palavra, na análise do diálogo, como
algo mais que um meio para que ele se faça, se nos
empoe buscar, também, seus elementos constitu-
tivos. Esta busca nos leva a surpreender, nela, duas
dimensões: a ação e reflexão, de tal forma solidárias,
em uma interação tão radical que, sacrificada, ainda
que em parte, uma delas, se ressente, imediatamen-
te, a outra. Não há palavra verdadeira que não seja
práxis. Daí que dizer a palavra verdadeira seja trans-
formar o mundo (FREIRE, 1987, p.43).
Em diálogo com a Educação Ambiental, estas refle-
xões se articulam como premissas da proposição da Educa-
ção Ambiental Transformadora, que segundo Loureiro,
[...] parte da compreensão de que o quadro de crise
em que vivemos não permite soluções compatibi-
listas entre ambientalismo e capitalismo ou alter-
nativas moralistas que descolam o comportamental
do histórico-cultural e do modo de como a socie-
dade está estruturada. O cenário no qual nos mo-
vemos de coisificação de tudo e de todos, de ba-
nalização da vida, de individualismo exacerbado e
de dicotomização do humano como ser deslocado
da natureza, é em tese, antagônico a projetos am-
bientalistas que visam à justiça social, ao equilíbrio
ecossistêmico e a dissociabilidade entre humanida-
de-natureza. (Loureiro, 2012, p. 104)
E, podemos ainda, situar este processo educativo na
macrotendência crítica analisada por Layrargues, ao afirmar
que esta tendência,
Se nutre do pensamento Freireano, Educação Po-
pular, Teoria Crítica, Marxismo e Ecologia Política.
Por ter forte viés sociológico, introduz conceitos-
-chave como Política, Ação Coletiva, Esfera Pública,
Cidadania, Conflito, Democracia, Emancipação, Jus-
tiça, Transformação Social, Participação e Controle
Social, entre outros. (Layrargues, 2012, p.404)
Reafirma-se esta tendência crítica, por evidenciarmos
no campo da educação, e em especial na educação ambien-
tal, que nem todo diálogo é autêntico, pois a autenticidade