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EIXO 1 – PAULO FREIRE E DIÁLOGOS INTERNACIONAIS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

pessoas envolviam-se na Campanha com o intuito de parti-

cipar da Revolução. ” (PERONI, 2006 p.19).

Paulo Freire em sua obra cinquentenária, “

Pedagogia

do Oprimido

” (1968), escreve sobre a luta pela humanidade,

tirada dos oprimidos por um sistema opressor, que não é,

segundo ele, “destino dado”, mas sim uma ordem mutável

que somente pode ser reinventada pelos/as oprimidos/as.

A luta pela a humanização, pelo trabalho livre, pela

desalienação, pela afirmação dos homens (sic)

como pessoas, como ‘seres para si’, esta luta pela

humanização somente é possível porque a desu-

manização, mesmo que um fato concreto na histó-

ria, não é, porém, destino dado, mas resultado de

uma ‘ordem’ injusta que gera a violência dos opres-

sores e esta, o ser menos [...]. O ser menos leva os

oprimidos, cedo ou tarde, a lutar contra quem os

fez menos. E esta luta somente tem sentido quando

os oprimidos, ao buscarem recuperar sua humani-

dade, que é uma forma de criá-la, não se sintam

opressores, nem se tornem, de fato, opressores dos

opressores, mas restauradores da humanidade em

ambos (FREIRE, 2016, p. 41).

Na mesma obra, tem como uma das referências Er-

nesto Che Guevara de la Serna (1928- 1967), que partici-

pou como comandante das tropas guerrilheiras na Revolu-

ção Cubana, trazendo a ideia da amorosidade e humildade

revolucionárias que possibilitam a relação dialógica com o

povo, “mas, o que não expressou Guevara, talvez por sua

humildade, é que foram exatamente esta humildade e sua

capacidade de amar, que possibilitaram a sua ‘comunhão’

com o povo. E esta comunhão, indubitavelmente dialógica,

se fez co-laboração” (FREIRE, 2016, p. 232). Além deste livro,

Freire acrescenta Guevara em:

Pedagogia da Esperança: um

reencontro com a Pedagogia do Oprimido

(1992),

Pedago-

gia da Tolerância

(2004)

e

Ação Cultural para a Liberdade e

outros escritos

(1976).

O eixo “Paulo Freire e diálogos internacionais” foi es-

colhido considerando que a Campanha de Alfabetização foi

um dos movimentos que precederam a criação de seu mé-