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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 2 – PAULO FREIRE:

MEMÓRIA,

REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO

Durante séculos as comunidades remanescentes de

quilombos permaneceram cercadas de “invisibili-

dade”, a qual tinham sido relegadas pela historio-

grafia oficial. Se no passado essa invisibilidade era

uma forma de proteção contra as ameaças exter-

nas, hoje milhares de comunidades negras não só

desejam sair do antigo isolamento, como querem

o reconhecimento de seus direitos territoriais e de

seus valores culturais (TRECCANI, 2006).

Sabemos que existem leis que dizem que todos devem

ser tratados iguais perante a lei, e que todos têm direito a

uma existência digna, e que a dignidade da pessoa humana

deve estar em primeiro lugar como direito inerente a qual-

quer pessoa. Mas sabemos que nem todas as leis são aplica-

das da forma como deveriam, muitas vezes são aplicadas de

acordo com o interesse de uma parcela da sociedade.

A aplicação do princípio da isonomia é muito restrita,

onde se deveria tratar os iguais em pé de igualdade e os

desiguais na medida de suas desigualdades. Sabemos que

nem todos são iguais e que não possuem as mesmas opor-

tunidades de acesso, no que diz respeito aos quilombolas

existe certas especificidades que devem ser observadas na

aplicação dos direitos e também de políticas públicas.

É importante observar essas especifidades, porque, não

basta garantir o acesso e não ter uma estrutura preparada de

acordo com a realidade desse povo para mate-los em pé de

igualdade. A maior luta na atualidade é o direito à terra que

está diretamente ligado a sua identidade, que apesar de ser

garantido constitucionalmente nem metade das comunida-

des existentes no Brasil, possui seu direito assegurado.

Infelizmente o que se percebe é que apesar de existir

movimentos organizados que lutam por uma educação dig-

na, acesso à terra e a todos os direitos garantidos a qualquer

cidadão existente em uma sociedade, não somos ouvidos,

somos silenciados, ou pior folclorizados e deixados à mar-

gem da sociedade.

Vivemos em um século que avanço em diversas áreas,

mas com relação as questões raciais e culturais, parece que