XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
239
EIXO 2 – PAULO FREIRE:
MEMÓRIA,
REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO
Durante séculos as comunidades remanescentes de
quilombos permaneceram cercadas de “invisibili-
dade”, a qual tinham sido relegadas pela historio-
grafia oficial. Se no passado essa invisibilidade era
uma forma de proteção contra as ameaças exter-
nas, hoje milhares de comunidades negras não só
desejam sair do antigo isolamento, como querem
o reconhecimento de seus direitos territoriais e de
seus valores culturais (TRECCANI, 2006).
Sabemos que existem leis que dizem que todos devem
ser tratados iguais perante a lei, e que todos têm direito a
uma existência digna, e que a dignidade da pessoa humana
deve estar em primeiro lugar como direito inerente a qual-
quer pessoa. Mas sabemos que nem todas as leis são aplica-
das da forma como deveriam, muitas vezes são aplicadas de
acordo com o interesse de uma parcela da sociedade.
A aplicação do princípio da isonomia é muito restrita,
onde se deveria tratar os iguais em pé de igualdade e os
desiguais na medida de suas desigualdades. Sabemos que
nem todos são iguais e que não possuem as mesmas opor-
tunidades de acesso, no que diz respeito aos quilombolas
existe certas especificidades que devem ser observadas na
aplicação dos direitos e também de políticas públicas.
É importante observar essas especifidades, porque, não
basta garantir o acesso e não ter uma estrutura preparada de
acordo com a realidade desse povo para mate-los em pé de
igualdade. A maior luta na atualidade é o direito à terra que
está diretamente ligado a sua identidade, que apesar de ser
garantido constitucionalmente nem metade das comunida-
des existentes no Brasil, possui seu direito assegurado.
Infelizmente o que se percebe é que apesar de existir
movimentos organizados que lutam por uma educação dig-
na, acesso à terra e a todos os direitos garantidos a qualquer
cidadão existente em uma sociedade, não somos ouvidos,
somos silenciados, ou pior folclorizados e deixados à mar-
gem da sociedade.
Vivemos em um século que avanço em diversas áreas,
mas com relação as questões raciais e culturais, parece que