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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS

ENSINAR EXIGE SABER ESCUTAR

Nesta última análise, Freire potencializa o

saber escu-

tar

como uma das maneiras de respeitar o educando em

seu processo de desenvolvimento, sobressalvando a sua

liberdade, a sua

leitura de mundo

4

, suas particularidades e

desejos.

A criança, em sua superação da heteronomia para

a autonomia, precisa compreender a função do

escutar em suas relações sociais. Sobre isso, Freire

pontua que

Escutar é obviamente algo que vai mais além da

possibilidade auditiva de cada um. Escutar, no

sentido aqui discutido, significa a disponibilidade

permanente por parte do sujeito que escuta para

a abertura à fala do outro, ao gesto do outro, às

diferenças do outro [...]. A verdadeira escuta não di-

minui em mim, em nada, a capacidade de exercer o

direito de discordar, de me opor, de me posicionar.

Pelo contrário, é escutando bem que me preparo

para melhor me colocar ou melhor me situar do

ponto de vista das ideias. [...]

Não é difícil perceber como há umas tantas quali-

dades que a escuta legítima demanda do seu sujei-

to. Qualidades que vão sendo construídas na prá-

tica democrática do escutar. ([1996] 2017, p. 117).

4

Ao abordar a necessidade de saber escutar por parte do professor e do

aluno, valorizando o diálogo como mediador pedagógico, Freire evidencia

que a leitura de mundo dos alunos deve ser o ponto de partida para a prá-

tica docente, para que este se sinta motivado a ir além desta leitura para a

superação da curiosidade ingênua para a curiosidade epistemológica.