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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

ENSINAR EXIGE RESPEITO À AUTONOMIA DO SER

EDUCANDO

Quando se fala em respeitar a autonomia do sujeito,

entende-se que essa atitude, estabelecida por Freire como

parte integrante de ser ético na prática educativa, envolve

vários aspectos, dentre eles, respeitar a liberdade, a digni-

dade,

o saber de experiência feito

3

, e compreender-se como

um ser inacabado. Assim, quando o educador considera o

processo de autonomia como algo a ser respeitado e, prio-

ritariamente, estimulado, a criança, sujeito deste estímulo,

possui abertura para agir mediante a realidade que a rodeia,

construindo significados e se assegurando como parte inte-

grante desse tempo e espaço.

Freire cita que “o respeito a autonomia e à dignidade

de cada um é um imperativo

ético

e não um

favor

que po-

demos ou não conceder uns aos outros.” ([1996] 2017, p. 58,

grifo meu). Consequentemente,

O professor autoritário que, por isso mesmo, afoga

a liberdade do educando, amesquinhando o seu di-

reito de estar sendo curioso e inquieto, tanto quan-

to o professor licencioso, rompe com a radicalidade

do ser humano – a de sua inconclusão assumida

em que se enraiza a eticidade. (FREIRE, [1996] 2017,

p. 59).

Nas imagens a seguir, pode-se perceber que o bebê

está acompanhando a turma até o refeitório da forma com

que lhe é capaz se locomover: engatinhando. Assim, sua

autonomia é respeitada e através disso, suas possibilidades

de locomoção são encorajadas a desenvolver-se, tendo em

vista que, o bebê como um ser inacabado e consciente do

inacabamento (FREIRE, [1996] 2017, p. 52), irá progredir em

suas potencialidades psicomotoras e então caminhar vaga-

3

Em vários momentos da leitura Freire acentua a importância de valorizar o

saber de experiência feito do educando, que se trata daquilo que ele traz

de suas vivências antes da escolarização, que o formou sujeito social até o

momento, a conhecida “bagagem” do aluno, que muitas vezes é despres-

tigiada pelo educador que se sente detentor de todo o saber.